CÁSSIA LIMA
Três pesquisadores do Brasil lançam em agosto na Universidade Federal do Amapá (Unifap) o Atlas Linguístico do Amapá. O produto é resultado de 7 anos de pesquisa em 10 municípios do Estado e tem como objetivo traçar um perfil do português falado no Amapá, especialmente os fenômenos fonéticos-fonológicos e semânticos-lexicais da fala amapaense.
O trabalho é resultado de um projeto registrado no departamento de pesquisa da Unifap em 2010 com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Para a construção do material foram ouvidas 40 pessoas de 10 municípios com maior densidade populacional e pelo histórico cultural de cada cidade.
“O atlas é uma ferramenta de informação da cultura linguística do Amapá. Uma forma de caracterizar uma pessoa de determinado local”.
Ainda não começamos a analisar o aspecto da língua, mas já temos um acervo linguístico à disposição dos pesquisadores”, destacou uma das pesquisadoras do trabalho, Celeste Ribeiro, que também é professora da Unifap.
Ela conta que o atlas é dividido em cartas contendo palavras que estão organizadas no mapa. Cada carta contém a idade dos entrevistados, sexo e localidade. Além de informações linguísticas.
Ao todo são mais de 90 palavras faladas pelos amapaenses que foram mapeadas no Atlas. O principal foco é a variação. Por exemplo, Rio pequeno, no Amapá é chamado de igarapé, enquanto que em outros estados é conhecido como riacho e córrego.
“Nós percebemos nossa forte influência da língua indígena das palavras, assim como na pronúncia. Essas variações nunca haviam sido estudadas no Amapá”, ressaltou o outro pesquisador do trabalho, Romário Duarte Sanches, aluno de doutorado da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Atlas
A publicação do Atlas será no dia 4 de agosto no V Workshop do Atlas Linguístico do Amapá, na Unifap.
O produto pioneiro será vendido ao preço de R$ 80. No lançamento estará presente o professor Abdelhak Kazky, da Universidade de Brasília, também autor da obra .