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Disputa pelo governo pode ter 3 protagonistas, mas quadro é suscetível a mudanças
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SELES NAFES

Faltando menos de 1 ano para o início da campanha eleitoral de 2018, até agora pelo menos três nomes aparecem no cenário como prováveis protagonistas da corrida pelo governo do Estado: o atual governador Waldez Góes (PDT), o senador Davi Alcolumbre (DEM) e o também senador João Capiberibe (PSB). No entanto, a definição do quadro na disputa pelo Senado ainda pode provocar alterações nesse horizonte.

Apesar de existirem mais de 30 partidos políticos em atividade no Amapá, poucos devem lançar candidaturas majoritárias com reais chances. Numa estimativa de alguns observadores e dirigentes ouvidos pelo portal SELESNAFES.COM, o pleito terá no máximo 6 candidatos do governo do Estado.

Capiberibe

Capiberibe estaria disposto a ceder a cabeça de chapa para a REDE, o que seria uma atitude inédita para o PSB

A surpresa é o surgimento do nome do senador João Capiberibe, principal liderança do PSB. Ele aparece pontuando bem em algumas pesquisas de consumo interno de alguns partidos, incluindo do próprio PSB.  

Contudo, o discurso do partido, que já governou o Amapá três vezes (1995-2000-2010), seria a construção de um arco de alianças que teria como cabeça de chapa a REDE e o senador Randolfe Rodrigues.

“O senador Capi só será candidato (ao governo) se Randolfe não for”, garante o assessor do partido, Eduardo Neves.

Entretanto, essa mensagem é vista com certa desconfiança dentro da REDE.

“Historicamente o PSB nunca abriu mão de uma cabeça de chapa, ainda mais agora que tem um nome aparecendo em primeiro lugar. Isso me parece mais uma tentativa de aplicar uma saia justa”, avalia um assessor próximo da direção da REDE.

A saia justa teria como estratégia confundir o eleitorado, já que Randolfe é naturalmente candidato à reeleição, e também pontua bem num projeto de reeleição.

Waldez

Waldez Góes: avaliação é de que a imagem da gestão tende a melhorar 

Para muitos não há dúvidas de que o PDT irá lançar o nome de Waldez Góes para a reeleição, apesar de alguns ainda enxergarem sinais de uma possível candidatura ao Senado. Internamente, a avaliação é que de Waldez vem se recuperando do desgaste sofrido pela crise financeira nacional dos últimos dois anos que se abateu com mais força sobre o Amapá.

Apesar da redução no repasse de recursos federais e da queda nas receitas próprias, a análise interna é de que Waldez organizou as finanças e continuou tocando obras importantes, especialmente na área da saúde.

A expectativa é de que a gestão passe a ser melhor avaliada com a entrega de obras e um possível anúncio do fim do parcelamento do salário do funcionalismo. Além disso, ainda há os dividendos do início das obras de pavimentação da BR-156 no trecho sul (a começar em agosto) e a conclusão da Ponte do Matapi.

“Estamos trabalhando para manter o bloco atual de partidos e tentando trazer novos”, comenta Carlos Marques, da executiva estadual do PDT.

Davi

Senador Davi: menor rejeição e influência na República são vistas como pontos fortes

O outro nome forte da campanha de 2018 será o do senador Davi Alcolumbre. Além de ser uma novidade na campanha (e o novo geralmente tem menos rejeição), Davi é jovem e considerado nome influente na atual República.

O partido de Davi é o mesmo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), o primeiro na linha sucessória do presidente Michel Temer.

Além disso, Davi está no grupo político que acabou de vencer a última eleição na capital com mais de 60% dos votos. O senador terá o apoio de Randolfe Rodrigues e do prefeito de Macapá, Clécio Luis (REDE).

“Esse grupo já está junto desde o segundo turno da campanha de 2012. Apoiamos o Clécio que tinha metade dos votos que o Roberto (Góes) e ele conseguiu vencer. O Davi faz política 24 horas por dia, é trabalhador e muito determinado”, resume Josiel Alcolumbre, irmão e suplente do Senador. 

PT

Já o PT é uma incógnita. Com a imagem esfacelada nacionalmente e ainda engolindo a seco a fragorosa derrota nas urnas da eleição na capital, a legenda cata os cacos e tenta sobreviver também a uma guerra interna pelo comando do partido.

Na semana passada, o PT nacional mandou cancelar a eleição da executiva estadual e um novo pleito foi marcado para este mês.

Se o ex-prefeito de Santana Antônio Nogueira for confirmado como presidente do partido, a legenda tem uma tendência a apoiar a candidatura de Waldez Góes, que em Santana também deverá ter o apoio do prefeito Ofirney Sadala (PHS).

Numa gestão novamente conduzida por Joel Banha, a tendência é de um apoio ao PSB, apesar de haver uma negação constante sobre essa teoria.

Lucas

Lucas seria mais um candidato, mas ele garante que a prioridade é o Senado. Fotos: Arquivo

Lucas Barreto, que naturalmente seria mais um candidato de peso ao governo do Estado, diz que está determinado a disputar uma das duas vagas ao Senado.

Recentemente, ele anunciou uma parceria com o empresário Fábio Renato, outro possível candidato ao Senado. Lucas tem sido convidado para tomar café com lideranças dos principais partidos que estarão na disputa, mas continua sem partido, apesar de já ter manifestado publicamente vontade aceitar o convite para retornar ao PTB. 

“Tenho tempo para tomar essa decisão porque meu foco é o Senado. Vou conversar ainda com o presidente estadual do partido (ex-deputado federal Eduardo Seabra) para ver os rumos do partido”, avisou Lucas.  

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