De Santana, FERNANDO SANTOS
Se não fossem as embarcações ancoradas, daria para pensar que este lugar era a lixeira pública do segundo mais populoso município do Amapá, Santana. Nesse trecho, milhares de pessoas transitam diariamente. É porta de entrada e saída da cidade.
São milhares de sacolas plásticas, garrafas, caixas de papelão, pneus de carros, de moto, baldes, carcaças de animais, restos de comida, copos descartáveis, móveis velhos entre outras sucatas de todos os tipos. E pasmem, tudo isso é despejado pela própria comunidade que vive no perímetro da Área Portuária de Santana.
“Isso é uma imundice. Parece cenário de lixão. É triste saber que é a própria população quem faz isso”, disse Antônio Carlos da Silva, migrante do Pará, recém-chegado no Amapá.
O Secretário de Obras de Santana, Juscelino Alves, informou que a Prefeitura de Santana, faz a retirada de toda essa “lixarada” durante 3 vezes por semana, mas que a própria comunidade torna a despejar os entulhos no local, que fica às margens do maior rio do mundo, o Amazonas.
“Nós fazemos a limpeza 3 vezes por semana. Já colocamos contêineres, mas também não resolveu. Tem catadores de lixo que catam no contêiner e jogam tudo para fora. É preciso que a população se conscientize”, disse o secretário.
Porto de Santana
Toda a quantidade de lixo existente está concentrada na área onde fica uma construção abandonada do Terminal de Cargas e Passageiros da cidade. A estrutura ainda chegou a ser montada, mas com os serviços congelados e com o passar o tempo, tudo está destruído, inclusive a esperança do povo.
A obra foi iniciada na gestão do prefeito Tadeu Medeiros, em meados de 1997 a 2000. Em 2004, a obra ficou inatingível, quando a “Operação Pororoca” coordenada pela Polícia Federal, prendeu o então prefeito Rosemiro Rocha, acusado de ter desviado grande parte dos recursos que seria para a construção da orla. O ex-gestor foi condenado e ficou inelegível.
A atual gestão da Prefeitura de Santana informou que pleiteia um projeto do DNIT que visa a construção de um Terminal Hidroviário. A ideia é expandir a região para ser entrada e saída de cargas e passageiros de todo o Estado.