De Oiapoque, HUMBERTO BAÍA
A Justiça Federal do Amapá deu prazo para que a Prefeitura de Oiapoque apresente um planejamento para a área conhecida como “Invasão da Infraero”, onde estão mais de 600 famílias.
A Invasão da Infraero já existe há quase 10 anos. No início eram apenas 300 famílias. Hoje são mais de 600. A área ainda pertence à Aeronáutica que ingressou com ação de reintegração, e durante a instrução do processo ocorreram várias audiências judiciais.
No ano passado, uma determinação de reintegração colocou abaixo várias moradias, mas a demolição foi suspensa após a proibição da justiça de não haver novas construções no local. Alguns moradores também resistiram e chegar a bloquear a BR-156. Na época, muita gente ficou literalmente “no olho da rua”, como diz Ana Maria, uma moradora que ficou desabrigada.
Quase um ano depois da derrubada das casas, o portal SELESNAFES.COM voltou ao local e reencontrou a moradora que havia perdido tudo. A situação dela mudou muito pouco.
“Na época ficamos sem chão, perdemos tudo, o trator passou em cima da nossa casa. Ficamos no zero”, lembra Ana Maria (foto em destaque), que ainda mora em um barraco de lona com 2 filhos e para piorar está desempregada.
Esta semana, mais uma audiência de conciliação na Justiça Federal em Macapá tratou do assunto. A audiência foi transmitida para Oiapoque por meio de vídeo conferência, e fez reascender um pouco de esperança para quem espera há anos pela oportunidade de construir a casa em definitivo.
Durante a última audiência de conciliação na última segunda-feira (21), a Justiça Federal de um prazo de 20 dias para a Prefeitura de Oiapoque apresentar um plano de urbanização, e tentar por fim nas disputas de terreno no local. Na prática, a Justiça acenou para a possibilidade de deixar os moradores no local, isso desde que a prefeitura cumpra com o prazo.
Edivan Rodrigues mora no local com a mulher e 4 filhos. Há vários anos ele diz que espera pela oportunidade de construir uma a casa melhor para a família. Outros barracos, no entanto, permanecem fechados para especulação imobiliária.