OLHO DE BOTO
Um homem de 49 anos morreu ao ser atropelado por um carro desgovernado na noite desta segunda-feira (31), no Bairro do Muca, na zona sul de Macapá. Mesmo permanecendo no local para esperar o socorro, o motorista foi espancado por populares.
O acidente ocorreu por volta das 20h50min, na Rua Hildemar Maia. Alan Almeida de Souza, de 21 anos, atropelou Jairo Juarez Pinheiro Cavalcante, de 49 anos, que morreu no local.
Logo em seguida, o Fiat Uno ainda bateu numa picape que estava estacionada.
“Segundo informações, o pedestre estava na via, mas só quem vai afirmar isso é a perícia. (…) Ele (o motorista) não falava coisa com coisa, ele bateu a cabeça e também estava muito nervoso”, comentou a aspirante Ana Paula, do Batalhão de Trânsito da PM do Amapá.
“Segundo informações de populares, ele estaria em alta velocidade”, acrescentou.
Uma jovem de 17 anos que estava no carro foi levada por uma ambulância do Corpo de Bombeiros até o Hospital de Emergência de Macapá (HE), aparentemente sem ferimentos graves.
Alan Souza permaneceu no local após o acidente, mas foi cercado e espancado por moradores revoltados com a morte do pedestre, que trabalhava como serviços gerais, era pintor e também catava latinhas.
O motorista só não foi mais agredido por causa da chegada da polícia. Ainda no local, ele foi submetido ao teste do bafômetro. O resultado foi negativo para o uso de álcool.
Alan Souza foi levado para o Ciosp do Pacoval onde prestou depoimento e foi liberado. O delegado de plantão, Cézar Ávila, disse ter se baseado nas informações colhidas pelos policiais militares que estavam no local do acidente.
“Ele (o motorista) teria perdido o controle por ter sido atingido por outro veículo, o que o fez atingir essa vítima. Ele não teve culpa pelo acidente. A meu ver não tem como responder por esse crime. O que fugiu do local é que deve ser responsabilizado”, disse o delegado, referindo-se a um suposto terceiro veículo ainda não identificado. O caso será investigado pela Delegacia de Acidentes.
O delegado criticou a atitude precipitada de populares que resolveram espancar um motorista que não havia ingerido álcool e ainda permaneceu no local.
“Não se pode querer fazer justiça com as mãos. (…) “A legislação determina que quem fica no local e presta socorro não pode ser preso em flagrante”, explicou.
Foi a terceira morte na Rua Hildemar Maia nos últimos meses. Moradores dizem que foi a segunda morte em uma semana.
“É praticamente uma pista de corrida com motoristas bêbados que não respeitam a vida de outras pessoas”, comentou Juliane Cardoso.