ANDRÉ SILVA
É assim que bandidos de dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) têm agido em busca de vítimas para o golpe do falso funcionário do Detran. Eles oferecem Carteira de Habilitação (CNH) por R$ 200, prometem tirar multas e deixar o veículo pronto para rodar, mesmo que ele esteja preso.
A história é sempre a mesma: os criminosos disparam várias mensagens para telefones aleatórios da cidade, dizendo que acabaram de concluir um serviço de outra pessoa. Logo em seguida, pedem desculpa, porque enviaram a mensagem para o telefone errado, como explica o coordenador de atendimento do Detran, Edivaldo Pascoal.
Ele faz parte uma equipe de investigação composta por agentes do Ministério Público, Polícia Civil e Militar que apuram esse tipo de fraude no departamento. Pascoal pontua a dificuldade em fazer com que o crime seja estancado no Estado.
O representante do Detran conta que chegou até a quadrilha por meio de um flagrante com a ajuda de uma vítima, que marcou um encontro com os bandidos para entregar o dinheiro do serviço.
“Como ele estava preso e a não podia sair do Iapen para pegar o dinheiro, ele mandou uma pessoa da família dele. Quando pegamos o garoto em flagrante, ele abriu tudo. Fui até a casa dele e prendemos a mãe dele, a mulher, toda a família, mas logo foram soltos “, lembrou o policial.
Até Pascoal está entre os prejudicados com o golpe, pois por diversas vezes os criminosos usaram a foto dele para praticar o crime. Um dos integrantes da quadrilha foi identificado como Herisson Frank Gonçalves Lacerda. Ele é apontado como o cabeça do bando.
Uma pessoa que quase foi vítima do golpe, e que não quis se identificar, entrou em contato com o portal SELESNAFES.COM e denunciou a tentativa de extorsão.
“Eu recebi essa mensagem e fiquei curiosa. Instiguei ele, e ele respondeu. Falei que tinha um problema com meu veículo e minha carteira, ele me pediu o número da placa do meu veículo e passei uma qualquer. Em seguida disse que cobrava até R$800 para resolver tudo. Aí percebi que era um bandido e parei de conversar”, explicou a quase vítima.
Ela contou que dias depois o bandido voltou a procurá-la e oferecer novamente o serviço.
“Ele me passou uma conta de banco e insistiu por mais dois dias que eu fizesse o depósito. Não respondi mais”, disse.
Pascoal alerta para que a população denuncie esse tipo de crime e ajude a polícia a acabar com a prática no Estado.