Justiça proíbe festas de aparelhagem no Curiaú

Moradores da comunidade quilombola comemoraram decisão
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ANDRÉ SILVA

A Justiça do Estado Amapá decidiu, na última terça-feira(1), pelo fim das festas de aparelhagem no Curiaú, comunidade quilombola distante 7 quilômetros do centro de Macapá. Agora, apenas festas tradicionais serão permitidas.

A antiga gestão da Associação de Moradores do Quilombo do Curiaú deu entrada no processo no ano de 2010. Nesse período, as festas foram suspensas por dois anos, mas logo voltaram a acontecer.

Suspensas por decisão da Justiça, festas estavam causando transtornos para comunidade, segundo moradores. Fotos: André Silva

Com a decisão, as únicas festas permitidas são as que foram apresentadas no calendário pela entidade no início do processo e o som será controlado de perto pela comunidade.

“As festas terão aparelhagem de som, nada que seja comparado aquilo que acontecia na comunidade. Terá que ser som ambiente. Não adianta querer colocar aquelas aparelhagem enormes porque serão penalizados”, explicou a ex presidente da associação de moradores Jozineide Leite.

A decisão abrange todas as comunidades em torno da Área de Proteção Ambiental do Rio Curiaú, como Casa Grande, Curralinho, Mocambo, dentre outras. Ao todo, são doze festas tradicionais que fazem parte do calendário de festividades, segundo informou a atual presidente da associação, Rosa Ramos.

“A decisão foi muito satisfatória para a comunidade que aguardava por ela. Concordamos com a aprovação do calendário. Ninguém pode reclamar por falta de festa. A associação, junto com a comunidade, está encontrando alternativas para angariar recursos pra nossas festas. Para isso, estamos elaborando projetos, realizando pequenos bingos e rifas”, disse Rosa Ramos.

Rosa Ramos: comunidade aguardava por decisão

A moradora Raimunda Leite da Gama,  de79 anos, se diz muito satisfeita com a decisão. Ela e a filha, Maria Claudenira que é professora, dizem que em dia de festa os jovens abusavam do uso de álcool e drogas.

“A situação dos jovens da nossa comunidade estava muito difícil, fora de controle, era festa todos os dias. As festas serviam para estimular o uso de droga e álcool e da própria prostituição porque tinha muita criança de menor nessas festas bebendo ”, falou a professora.

Seles Nafes
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