No AP, comércio encara campanha como “virada” contra a crise

Campanha estimula vendas, mas simboliza clima de otimismo do comércio com a recuperação da economia
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SELES NAFES

A Campanha Compre e Ganhe Amapá, lançada pela Federação do Comércio (Fecomércio) na noite desta quarta-feira (9), é mais do que apenas mais uma campanha. Passado o que foi considerado o pior dos anos para a economia do Estado, 2016, o clima agora é de otimismo.

“Chega de apenas reclamar. As vendas já melhoraram e vão melhorar ainda mais neste segundo semestre”, garantiu com empolgação o empresário Jaime Nunes, dono do poderoso grupo Domestilar.

A euforia de Jaime Nunes é vista como um sinal de que o mercado vem se recuperando do tornado econômico do ano passado. A Fecomércio decidiu que era preciso criar uma campanha para marcar essa nova fase, e ao mesmo tempo estimular as vendas e o próprio empresariado. 

Eliezir Viterbino: comércio segura receita, apesar da dificuldade. Todos: Fecomércio

Dessa forma, a campanha virou um ícone do processo de recuperação da economia, e um emblema da decisiva participação do comércio nesse contexto. Dados recentes divulgados pela Fecomércio apontam que a iniciativa privada emprega hoje 57 mil profissionais, 5 mil a mais do que todos os órgãos públicos municipais, estaduais e federais.

“Somos uma força de 15 mil empresas neste Estado. E o comércio tem garantido a continuidade da segunda maior receita do Estado, e pesquisas confirmam que o nível de arrecadação não para de subir, mesmo diante de tanta dificuldade. Eu sou empresário, e gostaria de honrar todas as empresas nesta noite porque sei o que vocês passaram”, ressaltou o presidente da Federação do Comércio, Eliezir Viterbino.

O lançamento da campanha foi tão concorrido que, além de empresários e funcionários do comércio, levou também o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT) para a cerimônia. Waldez ficou até o fim da solenidade, e deixou claro que acredita que o pior já passou.

“Com certeza 2016 foi o pior dos anos. Pensamos que o Estado não ia aguentar e que as empresas não iam atravessar”, lembrou durante discurso.

Waldez ouviu duas reivindicações da classe empresarial. Foto: André Rodrigues/Secom

Na campanha, a cada R$ 50 em compras, o consumidor insere o cupom fiscal num aplicativo que pode ser baixado de graça para os sistemas operacionais Android e IOS. O próprio aplicativo faz os sorteios, que começarão no dia 21. A Fecomércio vai sortear mais de 300 vales-brindes no valor de R$ 400, cada.

Refis

O presidente da Fecomércio aproveitou para fazer uma reivindicação: a renovação do programa de refinanciamento de dívidas fiscais do governo do Estado.

“A minha vontade política e administrativa é pela renovação, mas precisamos primeiro ouvir a procuradoria jurídica do governo”, ponderou o governador.

Outro pedido foi feito pelo diretor do Sebrae, João Carlos Alvarenga, que foi apoiado por outros empresários na plateia. Alvarenga defendeu que nas compras o governo do Estado dê prioridade aos fornecedores locais.

Ele criticou a adoção apenas dos pregões eletrônicos, forma de licitação que costuma deixar de fora as pequenas empresas locais com dificuldades de internet, e dá mais vantagem às empresas de outros estados.

Waldez, no entanto, voltou a dizer que é preciso ter segurança jurídica para tomar uma decisão como essa, e marcou um encontro com a classe empresarial na próxima segunda-feira (14) para discutir o assunto.

Seles Nafes
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