OLHO DE BOTO
Uma professora que teve o carro furtado há uma semana no estacionamento de uma boate, no município de Santana, não descansou até reencontrar o veículo. Depois de passar por vários municípios, a busca terminou em uma garagem no Bairro Marabaixo IV, na zona oeste de Macapá.
Na madrugada do último dia 30, a professora estava em um camarote da boate quando pediu para uma amiga guardar as chaves na bolsa dela.
“No final da festa ela (a amiga) percebeu que a chave tinha sumido do nada. Fomos procurar o veículo e ele também tinha sumido com todos os meus documentos, habilitação, dinheiro e três celulares”, lembra a professora.
Ela decidiu não esperar pela polícia. Com a ajuda de amigos, ela passou a procurar o carro pela capital, e chegou a ir para Mazagão e Laranjal do Jari, cidade que faz divisa com o Estado do Pará, e para onde muitos veículos roubados ou furtados acabam sendo levados.
“Eu não ia deixar passar. O carro custa R$ 76 mil. Eu ia continuar pagando as prestações de quase R$ 1,5 mil”, justificou.
No fim da tarde deste sábado (5), passando por uma garagem no Marabaixo IV, ela finalmente teve êxito. O carro estava estacionado em uma casa.
Imediatamente a professora chamou a polícia e a proprietária do imóvel, de 36 anos, foi presa. A acusada disse que estava guardando o carro para Mateus Figueiredo, de 20 anos, funcionário de uma empresa terceirizada que presta serviços no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
Uma equipe do Batalhão de Rádio Patrulhamento Motorizado (BRPM) foi até a residência dele seguindo as indicações da mulher.
“Na residência dele foi encontrada a chave do veículo, comprovando que ele estava mesmo com o carro. (…) Como nosso estado é difícil de sair levando o veículo, provavelmente seria usado em crimes ou sairia para o Pará através de Laranjal do Jari”, avaliou o tenente César, do BRPM.
“Minha amiga, até onde eu sei, é de confiança, mas com certeza a polícia vai investigar e vai chegar em quem levou essa chave. (…) A pessoa que está sendo apresentada eu não conheço, nunca vi na minha vida. Não me envolvo com ladrão”, assegurou a professora.
No Ciosp do Pacoval, Mateus Figueiredo negou que tenha roubado o carro. Disse que estava fazendo um favor a um colega de trabalho.
“Esse meu amigo disse que o carro era do irmão dele e estava com o documento atrasado, por isso pediu para eu guardar o carro. Aí eu guardei, porque trabalho com ele há mais de um ano e não sabia que era roubo. Se eu soubesse não teria feito isso”, garantiu.
“Vou passar o nome dele. Vão pegar o vagabundo verdadeiro. Vocês vão ver! Eu não tenho nada a ver com isso”, completou. Ele e a dona da garagem foram apresentados por receptação.
Apesar de não ter encontrado os pertences que estavam dentro do veículo, a professora ficou feliz de reaver o carro.
“Quando a gente é justo, Deus faz justiça pra gente”.