De Oiapoque, HUMBERTO BAÍA
No último sábado (12), Oiapoque recebeu visita do cacique mais emplumado da Funai: o presidente da fundação, Franklinberg Ribeiro de Freitas, que também é general do Exército e tem origem indígena.
Antes de ser empossado no cargo, lideranças de Oiapoque chegaram a protestar contra a nomeação. Um ano depois, ele chega a Oiapoque para entregar uma catraia e um grupo gerador para cada uma das 21 comunidades indígenas da região.
O geradores e as catraias vão tirar do Isolamento pequenas comunidades que nunca receberam energia elétrica.
“Vamos poder produzir mais com a energia elétrica e escoar a produção através do rio com as catraias”, diz o cacique Luciano, da Aldeia do Manga.
Os geradores e as catraias foram adquiridos com R$ 700 mil de emenda do senador Davi Alcolumbre (DEM), que já tinha se comprometido com as comunidades. O parlamentar anunciou que indicou mais R$ 1 milhão para atender outras aldeias.
“As pessoas diziam que isso (emenda) não ia sair, mas esse sonho foi sonhado a várias mãos. (…) E só foi possível porque nós lutamos para que ele se tornasse realidade. E quem não acredita que se junte com a gente pra fazermos muito mais. (…) Me disseram que não faço mais do que a minha obrigação, mas eu faço”, comentou o senador durante discurso.
Priscila Barbosa, liderança indígena em Oiapoque, também entregou uma carta ao presidente da Funai denunciando todo tipo de crimes no Rio Oiapoque, de roubos a saques em pequenas comunidades.
A entrega dos geradores e embarcações ocorreu em frente ao prédio da Funai de Oiapoque, que nos últimos anos já perdeu 8 postos em várias aldeias.