OLHO DE BOTO
Lojistas do Centro Comercial, representantes da PM e da Guarda Civil Municipal começaram a discutir meios de frear a onda de furtos e depredação no comércio de Macapá. Durante o encontro, na tarde desta quinta-feira (17), todos reconheceram que só prender os moradores de rua não será suficiente.
O encontro ocorreu a pedido do comando do 6º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento do Centro Comercial. A reunião, na sede da Associação Comercial (Acia), envolveu também a Câmara de Dirigentes Lojistas, empresários do setor e a Guarda Civil de Macapá.
“O centro comercial é importante não apenas por ter as lojas, mas também por concentrar um grande fluxo de pessoas e praticamente toda a rede bancária”, lembrou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Marcos Cardoso.
O comandante do 6º BPM, tenente-coronel Cláudio Braga, anunciou o reforço do policiamento. Segundo ele, desde domingo o patrulhamento foi intensificado diariamente com o uso do grupamento de motocicletas até a madrugada.
Além disso, um ônibus com câmeras vai aumentar a área de monitoramento na região das lojas. Contudo, o oficial alertou que isso não bastará.
“Não é apenas um problema de segurança pública, mas um problema social de combate ao uso de drogas, especialmente de crack. (…) Mas só a gente não adianta”, ressaltou, referindo-se a necessidade de tratar o problema também como assunto de saúde pública.
O oficial fez um alerta sobre outras pequenas cracolândias espalhadas ao redor do comércio, e que estão crescendo. Seriam pelo menos mais 3, além da que existe em frente à residência oficial do governo do Estado, na orla da cidade.
A Guarda Civil Municipal disse que está ajudando com patrulhamento de bicicletas, onde os guardas abordam suspeitos com drogas e objetos de pequenos furtos.
“Precisamos ter uma discussão envolvendo os outros órgãos. Só a repressão não vai resolver, porque o indivíduo volta pra rua e cada vez mais pessoas estão se envolvendo com o consumo de drogas”, reforçou Ubiranildo Macedo, comandante da GCM.
O empresário Diego Xavier, da rede de lojas Center Kennedy, não descartou a possibilidade de os lojistas colocarem grades nas frentes das vitrines.
“Seria uma vergonha, especialmente para os visitantes do Estado. Ainda estamos relutantes em colocar as grades, mas se essa crise não parar vai ser uma das soluções”, avisou.
Xavier deixou claro que é preciso que outros segmentos do poder público, especialmente do Judiciário e da saúde, se envolvam na discussão.
“(…) Precisamos de mais entidades e mais atores públicos para termos eficácia. A PM faz o seu trabalho, mas do que adianta se depois o indivíduo está na rua de novo cometendo mais delitos? Os empresários estão fazendo a sua parte que é cobrar”, concluiu.
Um novo encontro, marcado para o próximo dia 22, vai reunir mais órgãos públicos para discutir a problemática. Em uma semana, foram seis casos em que usuários de drogas quebraram vitrines para furtar lojas.