ANDRÉ SILVA
Quatro pacientes do Programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD) ficaram mais de 12h de segunda-feira (31) no aeroporto internacional Val de Cans, em Belém (PA), esperando que a agência de viagens confirmasse o pagamento das passagens que havia reservado. Alguns deles disseram que não receberam nenhum tipo de assistência da agência. Outros foram enviados trinta dias antes da data de início do tratamento.
A Associação Amapaense de Apoio a Pacientes em Tratamento Fora de Domicílio afirmou que a AP Turismo, empresa responsável por realizar a compra das passagens, sempre apresentou dificuldades em cumprir o acordo. Por causa da demora na emissão dos bilhetes, muitas pessoas acabam piorando.
“Desde 2014, quando eles assumiram esse contrato, vem dando problema. Eles entregam passagens que as compras não foram finalizada ou que o trecho é muito longo. Pensa numa coisa difícil! A pessoa vai para um estado diferente onde não conhece ninguém e na hora de voltar tem que enfrentar essa humilhação”, protestou Julia Soares, presidente da associação.
A manicure, Karina Chaves Furtado, de 37 anos, a filha e mais quatro pacientes chegaram ao aeroporto às 9 horas de segunda (31). A filha e uma paciente voltaram para casa primeiro, mas a manicure e os que ficaram só saíram no voo da meia-noite desta terça-feira (1).
Ela viajou no dia 23 de julho para a capital paraense para dar início ao tratamento de um câncer que ela descobriu em novembro, mas ainda não conseguiu começar o tratamento. A paciente achou que tudo corria bem, até que, ao chegar no hospital, descobriu que estava em uma grande confusão.
“Era pra eu chegar lá no dia 20 de agosto e não em julho. O erro partiu do TFD. Devido a confusão, não pude ficar na casa de apoio e tive que pagar minha estadia e de minha filha”, reclamou a manicure.
A AP Turismo se posicionou oficialmente por meio de advogado e disse que quem mandou os pacientes para o aeroporto foi a casa de apoio da cidade, onde os pacientes se hospedam. A casa teria informado que precisava receber outras pessoas, e por isso não teria mais espaço para eles.
“Não havia voo mais cedo para embarcá-los, e por isso a agência teve que mandá-los em voos diferentes”, explicou o advogado da empresa, Constantino Júnior. Ele afirmou também que a agência teria se responsabilizado pela alimentação dos pacientes que ficaram aguardando o voo.