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Não é apenas em outros estados. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Secretaria de Planejamento do Estado (Seplan), também demonstrou recuo da inflação pelo 3º mês consecutivo no Amapá. Em agosto, o fenômeno foi ainda maior: -1,81%. No mês anterior, a inflação tinha alcançado 0,21%.
A variação negativa em agosto foi registrada a partir de um levantamento pela Seplan em 297 estabelecimentos que vendem bens e serviços.
Os alimentos (-2,41%) puxaram a inflação para abaixo. Itens como o abacate (- 20%), leite em pó (-15,34%), fígado (-9,24%), frango congelado (7,69%) estão entre os protagonistas.
O grupo vestuário (-3,55%) também influenciou, principalmente sandálias (-16,44%), tecidos (7,58%) e roupas para adultos e crianças (2,34%).
No grupo transporte (-2,83%) houve queda de preços de pneus (-11,80%), conserto de automóveis (-6,40%) e na compra de veículos (-8,40%).
Habitação (0,12%), Saúde e Cuidado Pessoal (-0,39%) e Despesas e Serviços Pessoais (-1,53%) também apresentaram recuos.
O secretário de Planejamento do Estado, Antônio Teles Júnior diz que já existe um descolamento muito claro entre a economia e a crise política.
Segundo ele, a redução dos preços nos produtos alimentícios está ligada à super produção agrícola do primeiro semestre, que gerou impacto de 1% do PIB.
“O Brasil está entrando numa trajetória de estabilidade da macroeconomia, porque mesmo tem a redução de juros e temos no paralelo a redução da inflação abaixo da meta. Isso gera ganho da renda real e provoca o aumento do consumo”, explicou o secretário que também é professor de economia.
“Lembrando que no Amapá historicamente a inflação era maior do que no restante do país, e hoje estamos abaixo da média nacional”, acrescentou.