Em menos de 24h, taxistas atacam 2 motoristas de aplicativos

Num dos casos houve perseguição pelas ruas. Em outro, o carro foi depredado com passageiros a bordo
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SELES NAFES

A rivalidade entre motoristas de aplicativos e taxistas descambou para a violência em Macapá. Em menos de 24 horas dois motoristas de aplicativos foram atacados por taxistas. Num dos casos houve uma perigosa perseguição pelas ruas envolvendo pelo menos 20 táxis. Em outro episódio um carro do serviço Uber teve os vidros quebrados com os passageiros ainda dentro.

Na madrugada do dia 13, o motorista Sidney Charles Barbosa, que atende pelo aplicativo Uber, tinha apanhado dois passageiros no Macapá Shopping, no Centro. Próximo do Hospital São Camilo, já no Bairro Santa Rita, ele estacionou o carro. Contudo, antes que os passageiros pudessem desembarcar, o veículo foi cercado por pelo menos 4 taxistas.

“Começaram a fazer agressões verbais. Enquanto eu tentava abrir a porta eles quebraram os vidros do carro. Os passageiros não se machucaram, mas ficaram aterrorizados”, relatou Sidney Barbosa.

O motorista registrou queixa na delegacia de polícia, e precisou pagar R$ 900 pelos prejuízos dos vidros à locadora de veículos proprietária do carro.

No fim da noite desta quarta-feira (14), outro fato grave. Uma motorista do aplicativo Yet Go diz ter sido perseguida por dezenas de taxistas até o Aeroporto de Macapá.

Motorista Uber disse que precisou pagar R$ 900 pelos vidros

A confusão começou quando ela chegou ao Macapá Shopping para apanhar passageiros. Eram 23h30min. A motorista Mariana do Couto Mourão diz que, ao chegar ao shopping, decidiu dobrar na Avenida Ataíde Teive para evitar uma abordagem dos taxistas que eram numerosos no local. Não deu certo.

“Fiquei com a marcha ré engatada esperando por eles (passageiros). Mas um taxista me fechou por trás com o carro dele, achando que eu não ia conseguir sair. Quando vi que os outros estavam se aproximando para quebrar os vidros do meu carro, e eles sempre fazem isso, eu dei uma ré com força e empurrei o táxi atrás de mim”, relatou.

Mariana Mourão diz que saiu em disparada com muitos táxis em seu encalço. 

“Ele é de uma cooperativa de rádio táxi, e informou pelo sistema deles que uma mulher bêbada havia batido o carro dele e estava fugindo. Pelo canal ele pediu ajuda e vieram mais de 20 taxistas me perseguindo”.

Mariana decidiu ir para o Aeroporto de Macapá onde havia bastante movimentação naquele momento.

“Se eu fosse parada numa rua escura eu seria linchada como uma motorista bêbada. Eu não ia conseguir explicar o que estava ocorrendo de verdade”, lembra.

A confusão foi grande no Aeroporto. Equipes de vários batalhões da PM e da Guarda Municipal foram para o local apaziguar os ânimos. Mariana Mourão saiu direto do Aeroporto para a delegacia de polícia.

A CTMac tem dito que não reconhece os serviços de aplicativos como serviços legalizados de transportes de passageiros.

Mariana Mourão e outros motoristas estão preocupados.

“Os taxistas estão dizendo que a gente quebrou a praça deles, mas isso é impossível de ocorrer. Há público para todos”. 

Seles Nafes
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