ANDRÉ SILVA
O índice de suicídios e de tentativas de suicídio entre crianças e adolescentes está aumentando no Brasil. Para que não haja mais casos, é preciso combater os sintomas, dizem os especialistas. Depressão e ansiedade são apontadas como principais fatores de risco.
O primeiro boletim epidemiológico do Ministério da Saúde publicado em setembro, mês de combate ao suicídio, apontou que de 2011 a 2016, quase 63 mil pessoas tiraram a própria vida. Desse total, 79% foram homens.
O boletim indica também um crescimento de mortes por suicídio na faixa entre 10 e 19 anos. De 2011 a 2015, os casos subiram de 782 para 893.
Uma roda de conversa em uma escola estadual em Macapá na manhã deste sábado, 30, deu continuidade a uma atividade desenvolvida com alunos com idade entre 9 e 14 anos. A ideia é combater casos de tentativas de suicídio, como os já registrados na instituição, segundo a diretora da escola, Maria José Uchoa.
Assim como para o coordenador pedagógico, Almir Viana, para a diretora, o tema tem uma enorme relevância para os alunos e todo o corpo docente, já que na instituição existem casos de estudantes que apresentaram sinais e sintomas considerados fatores de risco.
“Cada um foi atendido individualmente por psicólogos. Foram quase dois meses de atendimento”, falou o coordenador.
Segundo a direção, na escola há registros de alunos que apresentaram mutilações nos pulsos, o que chamou a atenção da psicopedagoga voluntária Leidiane Lima. Ela buscou ajuda do Centro de Valorização da Vida (CVV) e de acadêmicos da faculdade Estácio para tratar sobre o tema dentro da escola.
“Já atendi alguns casos, mas não todos. O ‘Setembro Amarelo’ é para a gente colocar para fora o assunto, para, no mês de outubro, começar a terapia de grupo com alunos que já tentaram o suicídio”, falou.
Segundo ela, o trabalho será desenvolvido em conjunto com os pais dos alunos.
A roda de conversa neste sábado teve apresentação de banda e a exposição de um mural com mais de 40 relatos de alunos.