DA REDAÇÃO
Uma equipe de investigação do Greenpeace identificou 14 garimpos e 8 pistas de pouso ilegais na divisa do Amapá com o Pará, na Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (Renca). A descoberta aconteceu durante sobrevoo na região, na primeira semana de setembro.
De acordo com a entidade, uma carta-denúncia com mapas, imagens e dados das áreas foi entregue a órgãos competentes, como ministérios públicos, Ibama, DNPM e Polícia Federal.
O documento alerta para o grande risco que o garimpo representa para a biodiversidade e para as populações tradicionais na região. Segundo o Greenpeace, a prática destrói, de forma rápida e desordenada, a floresta, a margem de rios e contamina a água, o solo, animais e seres humanos com mercúrio, gerando sequelas de longo prazo para todo o ecossistema.
Os garimpos clandestinos identificados estão ativos dentro da Floresta Estadual do Paru, uma unidade de conservação, no município de Almeirim, no Pará, local cujo plano de manejo não permite qualquer tipo de exploração mineral. Na área de 4,7 milhões de hectares da Renca existem nove áreas protegidas: sete unidades de conservação e duas terras indígenas.
Em 23 de agosto, o governo publicou um decreto extinguindo a Renca. Após intensa manifestação contrária da sociedade, na semana seguinte anunciou a edição de um novo decreto, revogando a medida anterior. Por fim, no dia 31 de agosto, o Ministério das Minas e Energia (MME) suspendeu os efeitos do polêmico decreto por 120 dias e prometeu realizar “um amplo debate” com a sociedade sobre o tema.
Em uma audiência pública sobre a Renca, promovida por parlamentares há uma semana, Marcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil, cobrou do MME um posicionamento sobre o assunto, questionando a possibilidade de haver um cronograma de conversas com a população do Amapá e do Pará.