Investigação identifica facção no Iapen responsável por crimes em Macapá

Grupo criminoso age utilizando aparelhos celulares; vistoria apreendeu objetos, armas e drogas.
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Uma investigação da Polícia Civil identificou uma facção criminosa que age de dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), praticando crimes por telefone. O grupo teria oferecido pagamento em drogas para quem entregasse um suposto delator de criminosos.

Uma revista a um dos pavilhões na manhã desta segunda-feira (18) apreendeu drogas, armas e 22 aparelhos celulares.

Material apreendido durante revista no Iapen Foto: DCCP

A investigação foi conduzida pela Delegacia Especializada de Crimes Contra o Patrimônio (DECCP) e a ação contou com a participação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e agentes do Iapen.

Segundo o delegado adjunto da DCCM Anderson Costa, o serviço de inteligência da delegacia já vinha rastreando atividades criminosas que partiam de dentro da penitenciária. Elas eram executadas por bandidos ligados a essa facção, que usavam as redes sociais e o telefone para aplicar golpes e praticar outros crimes. 

Delegado adjunto da DCCM Anderson Costa Foto: Andre Silva

“Até mesmo recompensa para quem localizar um possível delator de criminosos, recompensa essa que seria paga com meio quilo de ‘skank’ [maconha cultivada em laboratório]”, relatou o delegado.

A revista aconteceu às 6h no pavilhão F1, onde ficam 460 presos no regime fechado. Suspeitos de integrar a facção foram interrogados, entre eles, um homem condenado a 79 anos de prisão por diversos homicídios.

Eles vão responder pelo crime de receptação (dos celulares) e por fazerem parte de organização criminosa.

Facção tinha grupo criado em rede social Foto: DCCP

Por telefone, o diretor do Iapen, Lucivaldo Costa, disse que a instituição vem tentando inibir a entrada de aparelhos celulares e demais objetos não permitidos, por meio de revista, implantação de detectores de metais, raio-x e monitoramento visual nas proximidades do prédio.

“Já interceptamos material entrando pelo esgoto, jogado por cima da muralha, introduzido no corpo de pessoas, no meio do cabelo de pessoas, colada ao corpo. Quando fechamos uma porta, os transgressores buscam sempre abrir outra”, falou o diretor.

Ele garantiu que serão instalados bloqueadores de sinal de telefone no Iapen, mas não disse quando. 

 

Seles Nafes
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