De Oiapoque, HUMBERTO BAÍA
Uma comunidade da Vila Velha do Cassiporé, em Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, descobriu na super produção de cacau na região formas de ganhar dinheiro e até ingressar no mercado europeu, no futuro.
Para comercializar o cacau que se perdia todos os anos por causa da grande produção, 20 famílias se uniram e criaram uma cooperativa com o apoio do Sebrae. O grupo passou a fabricar licor de cacau, e o plano para breve, segundo os cooperados, é criar uma fábrica de chocolate.
Para chegar à descoberta dos benefícios da plantação cultivada há muitos anos, desde o povoado de Aruak, nômades que viveram na região, o Sebrae realizou um estudo de viabilidade técnica e econômica da produção de cacau que chega a 42 toneladas, podendo dobrar com o manejo correto e infraestrutura. Atualmente, menos de 1 tonelada é aproveitada.
Também para potencializar a produção, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) criou um ramal de acesso à região isolada, onde antes só se podia chegar através de pequenas embarcações.
Com o acesso por terra, a comunidade conseguiu escoar a produção agrícola, e iniciar o processo de fermentação e secagem das amêndoas do cacau, para confecção de iguarias.
Cacau orgânico
A plantação na região do Cassiporé é livre de doenças e pragas, e está localizada às margens do Rio Cassiporé, onde por anos foram depositados nutrientes que fortalecem o cacau, tornando-o 100% orgânico. Especialistas de vários estados já visitaram a plantação e se impressionaram com a qualidade do fruto, segundo os cooperados.
Atualmente, a comunidade injeta mão de obra na marca ‘Cacau Cassiporé’, que aguarda por certificação, conforme Dorismar da Paixão, cooperado.