ANDRÉ SILVA
Um vídeo postado nas redes sociais por um pequeno empresário de Macapá, na noite de quinta-feira (21), chamou muito a atenção de internautas. A cena, gravada em um rio do município de Mazagão, mostra o que parecem ser bolhas surgindo do fundo, seguido de uma lama escura, e no fim o que ele disse parecer com a calda de um animal. Além dele, a imagem foi presenciada por crianças que observaram o movimento no rio atentamente.
Jeferson Tavares Santos, de 33 anos, foi quem fez as imagens ainda na quinta, por volta das 10h. No Facebook, o vídeo foi visto 140 mil vezes.
Santos contou que o local é conhecido como Vila do Moraes, localizado às margens do Rio Mutuacá, um dos braços do Rio Mazagão. A propriedade, que tem um trapiche na beira do rio, pertence a mãe dele.
Ele disse que já viu o fenômeno em outros pontos no mesmo rio, e não acontece com muita freqüência. Ele garante que a imagem já foi presenciada por muitos moradores do local que já chegaram a dizer que se trata de um animal. Para ele, no fim do vídeo é possível ver uma calda semelhante a de um jacaré.
“Isso acontece em momentos raros e em locais de difícil acesso. Não tem pontos específicos para isso acontecer. Começa com borbulhas na água que vêm do fundo e se aproxima da superfície até que se espalha. No fim boia (emerge) a crosta com uma calda. É uma coisa muito louca. Ninguém sabe o que é”, relatou ao portal SELESNAFES.COM. Veja o vídeo.
Ele contou que ninguém chegou a ver todo o corpo do suposto animal, mas os moradores, acostumados às lendas, acham que se trata da mitológica cobra grande.
“Os moradores antigos afirmam que é uma cobra grande por que eles já viram uma por lá. Eles dizem que ela media 30 metros e a espessura era semelhante a de um botijão de gás”, disse.
O movimento na água também pode ser explicado por outro fenômeno: a ressurgência.
“Ocorre quando uma massa de água se desloca do fundo do rio para a superfície. Pode ser uma ressurgência natural, devido à diferença de temperatura na água, ou forçada pelo deslocamento de pedras no fundo do rio ou de bolhas de gases que se acumulam no fundo do rio”, explica o meteorologista Jeferson Vilhena, do Instituto de Meteorologia do Iepa, que também estudou oceanografia.
As bolhas, segundo ele, ficam aprisionadas por conta do excesso de material que fica no fundo do rio, como galhos e folhas.
Biólogos, também do Iepa, consultados pelo Portal SN, disseram que o movimento pode estar ligado a várias possibilidades, como o deslocamento de grandes cardumes ou o acasalamento de cobras de grande porte. Nesta caso as sucuris.