ANDRÉ SILVA
Desde o dia 12 de outubro, o macapaense está pagando R$ 3,25 pela passagem de ônibus. O novo valor foi acordado em audiência na Justiça, entre a prefeitura de Macapá e o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Amapá (Setap). Antes, o preço da tarifa era de R$ 2,75.
Nas ruas, a população reclama do reajuste e cobra melhorias para o transporte público. Entre as queixas, estão a falta de botão do pânico, sistema de monitoramento por câmera, ar condicionado nos veículos e paradas de ônibus suficientes, reivindicações que foram acordadas em juízo.
“Ano passado, o Setap prometeu construir paradas, melhorar o transporte público, ônibus com ar condicionado e com wi-fi. Eles aumentaram a passagem e isso não foi feito. Agora aumentaram de novo prometendo outras coisas sem as antigas terem sido cumpridas. Se eles não fizeram antes, agora é que não farão mesmo”, reclamou o professor Edipo Ferreira, de 25 anos. Ele disse que utiliza ônibus pelo menos duas vezes ao dia, e que foi surpreendido com o reajuste.
“Além disso, não é um bom momento para qualquer tipo de reajuste, inclusive, de transporte público, por causa da crise”, opinou.
A estudante Ianique Meneses, de 20 anos, disse que o valor da passagem não condiz com a qualidade do serviço que as empresas oferecem.
“Os ônibus que eu pego não têm qualidade. É janela quebrada e banco velho. O que eles prometeram, não cumpriram. Nunca vi ar condicionado, wi-fi, nada daquilo que prometeram. Eles disseram que aumentaram a quantidade de ônibus, mas eu não notei isso. O ônibus que pego demora, como sempre”, falou a estudante.
A mudança no preço da tarifa é resultado de uma decisão de 14 de julho, da 2ª Vara Cível e de Fazenda Pública de Macapá, que atendeu a pedido do Setap. A entidade alegou prejuízos financeiros com o valor então praticado.
Para que o reajuste fosse concedido, o sindicato comprometeu-se com a construção de três novos terminais, dentro de um ano, nos bairros Pedrinhas, Renascer e Ilha Mirim, além de 30 abrigos. Sobre os acordos feitos anteriormente, a empresa não se pronunciou.