ANDRÉ SILVA
O conselheiro estadual da Diversidade Sexual Ivon Cardoso falou nesta segunda-feira (30), que a carência de políticas públicas direcionadas a travestis no Amapá, obriga essa população a buscar a “rua [prostituição] como único meio de sobrevivência”.
A manifestação acontece após a morte, no domingo (30), do travesti Jonas Erick Souza dos Santos, de 30 anos, também conhecido como ‘Niely’ e ‘Lola Aguilera’. Ele morreu com dois tiros num ponto de prostituição no Centro de Macapá.
“A gente não conhece nenhum travesti que seja balconista, babá ou cozinheira. É necessário que façamos um trabalho mais efetivo neste sentido. Criar uma oportunidade de qualificação para essa população, porque parece que a única opção que eles têm, e é, é a prostituição. E esta condição é muito arriscada e sabemos que poderíamos ter outras”, falou o conselheiro.
Ele destacou que o Conselho Estadual da Diversidade Sexual reconhece os esforços promovidos pelas esferas públicas amapaenses, mas, considera-os insuficientes.
Segundo o conselheiro, vários travestis contam que estão sofrendo ameaças nos pontos onde trabalham.
Estatística
De acordo com uma entidade baiana que cruza informações de violência contra a população LGBT, em 2016, 343 homossexuais foram assassinados no país, dos quais, 144 eram travestis e transexuais. Os demais, lésbicas e homens gays.
Em Macapá a única vítima naquele ano foi a transexual Wandez Leonam Da Luz Conceição, de 23 anos. Ela foi morta a facadas.
Em 2017, segundo o site da entidade, o número de vítimas já chega a 339, contando com a morte do travesti amapaense Jonas Erick Souza dos Santos, no domingo. A polícia investiga o caso. Não há suspeitos.