Detran desarticula esquema comandado por servidora

Mandado de busca foi cumprido na casa da funcionária acusada
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ANDRÉ SILVA

O Departamento de Trânsito do Amapá (Detran) deflagrou na manhã desta terça-feira (10) uma operação para desarticular um esquema criminoso que seria comandado por uma funcionária que agia de dentro da instituição. A Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa dela é ainda hoje pretende ouvir pessoas que foram beneficiadas com o crime, além da própria funcionária.

 As investigações começaram há oito meses em parceria com Ministério Público. O Detran apurou que a funcionária, cujo nome não foi revelado, contava com a ajuda do marido para aliciar motoristas que tivessem recebido autuações no trânsito. 

A maioria dos autos era por alcoolemia, com multas que podem variar de R$ 1,9 mil a R$ 4 mil, em caso de reincidência. Além da multa, a punição inclui perda da carteira. O marido da servidora prometia a retirada das multas e demais infrações. 

Segundo o diretor do Detran, Inácio Maciel, a servidora cobrava até R$ 1,5 mil para livrar o motorista infrator das penalidades. Ele explica que os procedimentos só eram possíveis porque ela tinha total acesso ao sistema. 

“Ela atuava dentro do setor de infrações. A central recebia os autos de infrações, ela tinha o conhecimento de quem era o autuado e ela e seu companheiro abordavam essa pessoas e faziam a proposta”, explicou o diretor. 

Com o auto de infração em mãos, a servidora acessava o banco de dados do Detran e chegava até o infrator. Logo em seguida o marido dela, que não trabalha no departamento, abordava  o infrator e oferecia o serviço. 

Delegado Inácio Maciel, diretor do Detran. Fotos: André Silva

Para o azar da servidora, o departamento tem o controle dos autos que são enviados aos órgãos competentes pelas fiscalizações, e, segundo Maciel , uma simples auditagem pode encontrar uma fraude.

Além da funcionária e do marido, o Detran chegou até as pessoas que foram beneficiadas com o esquema. A princípio, oito delas serão ouvidas, mas a quantidade de envolvidos pode ser maior, avaliou Maciel. 

Desde 2015, um grupo de inteligência age dentro do departamento para inibir as fraudes.

“Por conta desse tipo de ação nós temos conseguido desbaratar várias situações como essas, cortando da própria carne”, falou o diretor. 

A servidora e o marido também responderão ao processo em liberdade. Ela foi afastada das funções por determinação da Justiça.

Seles Nafes
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