SELES NAFES
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu pedido da deputada federal Jozi Araújo (Podemos-AP) para arquivar o inquérito que apura um caso de lesão corporal e ameaça. A parlamentar é acusada de encomendar a tortura de um empresário que teria lhe emprestado dinheiro na campanha de 2014.
O ministro concordou com parecer da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que opinou pelo não arquivamento do inquérito por entender que existem indícios de crime de lesão corporal e ameaças contra o empresário Noel dos Santos Almeida.
“A análise das informações coligidas demonstra a existência de diversos registros de ocorrência policial sobre os fatos, bem como a realização de exame de lesão corporal, cuja cópia do laudo foi juntada aos autos pela própria investigada. Assim, não obstante as alegações da parlamentar, verifica-se que há indícios de prática delitiva (…) não se justificando, portanto, o arquivamento dos autos sem a devida apuração dos fatos”, diz o parecer da procuradora.
O empresário Noel Almeida diz que emprestou R$ 30 mil para a então candidata pagar despesas de campanha em 2014, e que recebeu como garantia três cheques. Quando tentou fazer o saque, no ano seguinte, descobriu que eles não tinham fundo.
Noel Almeida diz que passou a ser ameaçado quando intensificou as cobranças. Em setembro de 2015, ele garante que foi agredido e teve uma unha arrancada com um alicate por três homens encapuzados.
Dias depois, teria ficado surpreso ao ouvir o comentário de um assessor da deputada sobre o caso de agressão, que até então ele mantinha em segredo.
Procurada anteriormente pelo Portal SELESNAFES.COM, a deputada federal Jozi Araújo negou que tenha encomendado o crime, e disse que na verdade é ela a vítima. A parlamentar encaminhou ao portal fotos de tela que mostram ameaças de uma pessoa que seria o empresário, e enviei o laudo pericial que seria inconclusivo sobre as lesões.
Em setembro, o ministro Dias Toffoli determinou que a Polícia Federal realize diligências para apurar os fatos, e tome o depoimento de pessoas citadas pelo empresário. A PF também deve expedir um ofício para que a deputada forneça as informações requisitadas.
O indeferimento do pedido de arquivamento do inquérito é do último dia 25 de outubro.