CÁSSIA LIMA
Uma sindicância será aberta para investigar o autor de uma fotografia que viralizou nas redes sociais na quarta-feira (26). A imagem mostra uma mulher dando à luz no chão da Maternidade Mãe Luzia, em Macapá. O fato ocorreu quando a paciente chegou ao hospital com a cabeça do bebê saindo pela genitália. Essa situação é chamada de “período expulsivo”.
De acordo com a mãe de primeira viagem Mailza Rodrigues Vilhena, de 23 anos, o flagrante não foi autorizado por ela.
“Eu soube da foto bem depois do parto. Não gostei nem um pouco. Eu estava em um momento de emoção e nervosismo. Vamos esperar a sindicância para ver o que vamos fazer”, disse.
A mulher conta que chegou à maternidade em pleno trabalho de parto, com 5 centímetros de dilatação, e que, na pressa, teve o bebê no chão mesmo. Ela afirma ter sido colocada numa maca, mas diz que preferiu deitar-se ao chão por sentir-se mais segura.
“Eu já estava sentindo a cabeça dela [bebê] e fiquei no chão porque era mais estável para mim e para ela. Os médicos e as enfermeiras cuidaram de tudo. Eu fiquei feliz quando ela nasceu porque já estava passando da hora”, contou Mailza, que foi transferida após o procedimento para a sala de cirurgia da maternidade.
Apesar do susto, Mailza e a pequena Bianca Eloá passam bem. A menina nasceu com 46 centímetros, pesando 2,4 quilos. Ela e a mãe receberam alta nesta quinta-feira (26).
A mulher e o marido, Moisés Lazame da Cunha, também de 23 anos, são moradores do Cupixi, comunidade do município de Porto Grande, mas estavam na casa de parentes no bairro Marabaixo, em Macapá, desde o 7º mês de gravidez.
As investigações sobre o caso estão sendo apuradas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). A secretária adjunta de Atenção Básica à Saúde, Eli Costa, disse que é frequente mulheres chegarem à maternidade no período expulsivo.
“Infelizmente, a gente lamenta que a foto tenha sido tirada no momento. Mas, queremos ressaltar que temos bons servidores que cuidaram da situação. Infelizmente, alguém expôs ela daquela forma, achando que era comum”, falou a secretária.
A Sesa informou que apura se a foto foi tirada por um servidor ou por algum acompanhante. Como a imagem viralizou nas redes sociais e expôs mãe e bebê, é possível que o caso tenha desdobramentos. Não há previsão para o fim da sindicância.