SELES NAFES
Nesta quinta-feira (5), uma missa na quadra da Igreja Jesus de Nazaré, no Bairro Jesus de Nazaré, em Macapá, abrirá a programação do Outubro Rosa, organizada pelo Instituto do Câncer Joel Magalhães (Ijoma).
A programação vai até o dia 29 de outubro com a realização de um bingo solidário, às 10h também na quadra da igreja.
Incansável, o padre Paulo Matias, fundador do Ijoma, conversou com o portal SELESNAFES.COM sobre esperança, vaidade política, falta de estrutura na rede pública, e avaliou que há uma luz no fim do túnel.
Como é que está o serviço de diagnóstico do câncer para as mulheres?
Um dia desses, num programa de TV que eu participava, uma mulher entrou no ar e disse: vocês nos incentivam a nos cuidar, procurar exames, e nos prevenir, mas quando procuramos não encontramos nada. Eu vejo que as coisas estão mudando, mas muito devagar. Os pobres ainda têm dificuldades para pagar o exame e uma consulta…
Mas na rede pública isso ainda não é possível conseguir, nem em parte?
Infelizmente, não. Por isso recebemos tanta gente no Ijoma.
O que o Ijoma faz com as pessoas que procuram a entidade?
Temos parcerias com clínicas particulares. Algumas dão descontos, e em outros casos precisamos pagar.
Mas nenhuma dessas clínicas dá alguma cortesia?
Sim, algumas dão gratuidade. No Ijoma, há 3 anos, temos o PCCU e uma equipe de apoio muito grande. Estamos trabalhando 100% com prevenção. Na rede pública o diagnóstico é tardio. As pessoas só descobrem que estão com câncer 7, 8 meses depois de começar a se sentir mal.
E essa mobilização toda da bancada e do governo do Estado para trazer o Hospital de Barretos? O senhor está acompanhando com otimismo ou ceticismo?
Estou acompanhando. Houve uma disputa de vaidade para ver quem seria o “pai da criança” na questão da doação do terreno. (…) Movimentamos as nossas estruturas e a partir de novembro Barretos chega aqui, e o diretor já garantiu que esse hospital será referência no Norte.
Nota: a União concluiu no mês passado a transferência do terreno para o governo do Estado, onde o Hospital de Barretos será construído. A área fica na Rodovia Norte-Sul.
E parece que agora, finalmente, a Unacon (também do Estado) será construída, depois de passar de governo para governo. É um projeto muito bonito, e parece que agora vai sair do papel. Além disso, a prefeitura de Macapá tem uma carreta, o Sesc também tem outra carreta com equipamentos capazes de diagnosticar alguns tipos de câncer. Também estão construído o Hospital Universitário que será um divisor de água. Estamos avançando. Nem tudo é desgraça. Antes nem tinha perspectiva. Penso que a união da sociedade é a causa disso.
O senhor acha que em quantos anos o Hospital de Barretos e a Unacon estarão funcionando?
Em 3 anos. Infelizmente muitos ainda terão que morrer até lá.