CÁSSIA LIMA
Colchões, roupas, cadeiras e TVs estão entre o material de apoio que os pequenos empreendedores retirados da orla de Macapá utilizam há 3 dias, no acampamento que montaram em frente ao prédio da prefeitura de Macapá, na Avenida FAB, Centro.
São cerca de 10 vendedores que ocuparam o perímetro da rua em frente a prefeitura. Além dos carrinhos das vendas, os chapeiros e batateiros levaram colchões, roupas e TVs. Eles ameaçam continuar acampados até que a prefeitura libere o retorno para a praça Beira Rio, na orla.
A empreendedora Maria Elizabete Souza Rocha, de 40 anos, diz que trabalhava há 6 anos na praça com a venda de comidas na chapa. Ela teve que sair do ponto por causa da recomendação do Ministério Público, que não permite a venda de comidas em chapa e bebidas alcoólicas na praça.
“A gente quer trabalhar. Todo mundo estava bem, mas aconteceu isso. Nós somos uma classe trabalhadora. Vamos ficar aqui até o prefeito conversar com a gente. Não vamos recuar”, falou a vendedora.
Com parte da Avenida FAB ocupada, o trânsito foi desviado para outras vias. A mudança causa lentidão nos horários de pico.
Mesmo com a pressão dos empreendedores, a prefeitura de Macapá não vai recuar. Pelo menos esse é o posicionamento do prefeito Clécio Luís (Rede). Ele diz que a negociação com os empreendedores já tem 4 anos e que a mudança na orla faz parte de um processo de reorganização da cidade.
“Estamos atendendo à recomendação do MP. A saída que encontramos foi retirar aqueles que não estavam adequados. Além disso, constatamos que existem empreendedores que tinham mais de cinco carros de vendas em pontos diferentes da praça”, frisou o prefeito.
Segundo Clécio, a prefeitura abriu prazo para que os empreendedores da praça fossem profissionalizados, padronizados e organizados. Porém, muitos não se organizaram do ponto de vista sanitário e estrutural.
“É legal a manifestação dos empreendedores. Mas vamos continuar organizando a cidade, reestruturando a praça e urbanizando todo aquele espaço”, disse o prefeito.