SELES NAFES
A Polícia Civil do Amapá conseguiu elucidar um dos crimes de morte mais brutais da história da pequena Cutias do Araguari, cidade a 170 quilômetros de Macapá. Um exame de DNA foi determinante para identificar o homem acusado de estuprar e matar uma dona de casa, em setembro deste ano.
Luís Carlos Ferreira, o “Beiçola”, de 37 anos, foi um dos 9 suspeitos que a Polícia Militar conseguiu identificar como pessoas que estavam nas redondezas da casa da vítima horas antes do crime.
Os suspeitos foram conduzidos pela PM para exame na Polícia Técnica do Amapá (Politec) para que o material genético deles fosse comparado com o que foi encontrado no cadáver de Késia Silva de Souza, de 27 anos.
Na madrugada do dia 6 de setembro, ela estava sozinha em casa, com os dois filhos, de 2 e 9 anos, quando o imóvel foi invadido por um homem encapuzado. Ela foi agredida e ficou desmaiada após um golpe forte na cabeça que também a matou. O criminoso cometeu o estupro, mas não chegou a ejacular na vítima.
“A PM, que ajudou a identificar os suspeitos, e a perícia, foram imprescindíveis. De início não foi encontrado material, neste caso esperma e nem PSA, nem nas unhas. Mas nas partes íntimas, apesar de não termos encontrado esperma, havia material biológico de outra pessoa, que pode ser a saliva. Ele (Beiçola) confessou o ato e disse que ficou mexendo na vítima desacordada”, explicou o delegado José Neto, da Delegacia de Polícia do Interior.
O delegado solicitou a prisão preventiva, cumprida numa residência numa área de pontes da zona leste de Macapá, durante o fim de semana. Beiçola abandonou a cidade de Cutias alegando que estava sofrendo ameaças da população, já que era o principal suspeito do crime, especialmente por seu histórico na cidade.
“Ele confessou o crime, mas disse que o demônio toma conta do corpo dele quando bebe”, narrou o delegado. “Ele já era suspeito de outros crimes sexuais em Cutias”, informou o delegado.
A polícia também soube que o criminoso tinha uma desavença com o marido da vítima, mas, apesar disso, a conclusão é de que o crime foi sexual, já que ele sabia que o marido estava em tratamento em Macapá, após uma briga.
Já as crianças, foram salvas, provavelmente, por não terem feito barulho durante o homicídio e estupro da mãe.
“Ele disse que não viu as crianças dentro da casa, felizmente. A maior abraçou a menor, e elas ficaram quietas”, comentou o delegado.
Beiçola foi encaminhado para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), onde aguardará julgamento.