Herói que salvou menino foi “bombeiro-mirim” por 3 anos

Enquanto arrombava a casa, Francisco de Assis mandou que menino ficasse abaixado para não respirar a fumaça
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OLHO DE BOTO

O nome é de santo, mas foi um herói. Francisco de Assis nem poderia imaginar que os ensinamentos que recebeu quando era bombeiro-mirim, projeto social do Corpo de Bombeiros do Amapá, um dia realmente faria a diferença entre a vida e a morte. As técnicas que aprendeu quando era garoto ajudaram a salvar a vida de um menino de 5 anos, durante o incêndio desta madrugada, no Bairro Infraero II.

O incêndio começou por volta das 4h. Vários moradores tentavam salvar a família que estava presa na casa, enquanto o Corpo de Bombeiros não chegava. Estava chovendo, e o fogo consumia a parte interna do imóvel na Rua Bertoldo Sousa.

Dentro do banheiro estavam casal e os filhos de 2 anos e 5 anos. Assis estava entre os moradores que lutavam desesperadamente para salvar a família.

“Eles correram para o banheiro, e como devem ter desmaiado o menino correu para a grade. Foi quando eu cheguei. Eu chamei por eles e vi só o menino no portão. Arrebentei com uma pé e puxei a grade para o menino sair. Quando o fogo aumentou eu saí, e ouvi o bombeiro chegando”, lembra.

Bombeiros e PM em frente ao imóvel da tragédia. Fotos: Olho de Boto

Uma lembrança do passado de Francisco de Assis foi decisiva para o menino. Quando era bombeiro mirim, o instrutor ensinou que num caso de incêndio as pessoas presas no interior de um imóvel precisam ficar deitadas no chão para inalar a menor quantidade possível de fumaça.

“Se eles tivessem se abaixado, eles teriam escapado. Eu falei pra ele (menino) para se abaixar e ele obedeceu. Então eu saí, peguei um ar, e voltei”, contou.

Bombeiros chegaram rápido, mas pai e filha já haviam morrido sufocados

O jovem herói, que ficou no projeto Bombeiro-Mirim durante 3 anos, disse que ainda chamou pelos outros moradores, mas não houve resposta. Ele e outros vizinhos tiveram que desistir de um resgate quando o fogo aumentou.

“Se eu tivesse visto teria orientado eles a ficarem abaixados até o bombeiro chegar”.

“Eram grandes amigos nossos. Estavam planejando o Natal para passarmos juntos. Quando ele chegava do trabalho sempre parava aqui com a gente”, lembrou emocionada Cordeira Lima da Silva, outra moradora.

Seles Nafes
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