CÁSSIA LIMA
Mais de 800 servidores das empresas terceirizadas Alfa, Vigex, Brava e Bernacom continuam sem respostas sobre o pagamento de até quatro meses de salários atrasados do ano de 2017. Alguns servidores já iniciaram greve, paralisando serviços nos hospitais.
Os trabalhadores prestam serviços como vigilantes, maqueiros, recepcionistas e serviços gerais. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Asseio e Conservação do Amapá, a reclamação é a mesma, falta repasse do Estado para as empresas.
“Não vamos aceitar esse sucateamento com a Saúde e essa falta de respeito com os trabalhadores. As empresas dizem que não recebem e estamos cobrando o que é nosso por direito”, disse um servidor que preferiu não se identificar.
Os funcionários da empresa Vigex contaram que existem dois meses e meio de trabalhos não pagos referentes ao orçamento de 2016, além do atraso do pagamento dos meses de setembro, outubro, novembro e a vencer o de dezembro de 2017.
“Nós tínhamos um acordo verbal com a ex-secretária Renilda Costa, para que esse valor fosse incorporado aos nossos salários, mas o repasse não aconteceu e não tem previsão”, reclamou o vigilante Francisco Silva.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o pagamento referente aos meses de 2016 está pendente de decisão judicial. Atualmente, existe uma documentação na Procuradoria Geral do Estado (PGE) que estuda uma complementação orçamentária para realizar o mesmo, informou.
Os servidores da empresa Brava, que trabalham nos municípios de Calçoene, Laranjal do Jari, Amapá e Oiapoque dizem que estão com três meses atrasados. Eles já paralisaram as atividades em alguns municípios.
“Além da gente não receber o nosso próprio sustento, não temos material mínimo. O chão está todo sujo porque não vai ter limpeza até a gente receber”, disse um servidor da empresa em Oiapoque, que preferiu não se identificar.
Os funcionários da Bernacom alegam 8 salários atrasados desde 2013, além de falta de férias, décimo terceiro e ticket alimentação.
“Tenho três salários deste ano e um do ano passado. Às vezes, a gente compra material para trabalhar e é uma pessoa para uma ala inteira do hospital de emergências”, disse uma trabalhadora.
A empresa Alfa também possui a mesma situação.
A esse respeito, a Sesa informou que o débito com as empresas Vigex e Alfa estão pendentes, mas há agilidade no sentido de atualizar os débitos o mais breve possível. Além disso, alegou que tem tratado com prioridade, já que o objetivo da secretaria, informou, é manter a qualidade e agilidade na prestação dos serviços que são indispensáveis para a população.
A secretaria disse ainda que uma complementação orçamentária e um repasse do Fundo Nacional de Saúde (FNS) devem ser feitos nos próximos dias. O recurso deve pagar dois meses de atraso às empresas.