ANDRÉ SILVA
Amigos, mães, esposas e parentes de vítimas dos últimos assassinatos cometidos criminosos dos famoso e temidos “carro preto” e “carro prata”, ainda não identificados pela policia, reuniram-se em mais um protesto no início da noite desta quarta-feira (27), em frente ao Conjunto Mucajá, no Bairro Beirol, zona sul de Macapá. Com gritos de ordem e faixas, eles cobraram por justiça e celeridade nas investigações.
Maria do Socorro Rocha da Cruz, de 45 anos, teve o filho Lucas da Cruz Correa, de 22 anos, assassinado na noite do dia 19 de outubro, um dia depois do assassinato do sargento Hudson da Polícia Militar (PM). Ele foi uma das sete vítimas daquela noite.
Ela conta que o filho estava no canto de casa, no Bairro do Muca, conversando com mais dois amigos quando foi surpreendido por ocupantes de um carro preto que passaram atirando. Ele foi um dos primeiros feridos daquela noite a chegar no Hospital de Emergência. Lucas da Cruz deixou uma filha de oito anos que está sendo criada pela mãe e pela avó.
“Meu coração não existe mais (conta com lágrimas). A única coisa que existe dentro de mim é o desejo de saber quem são essas pessoas que tiraram a vida do meu filho. Meu filho não teve culpa de terem matado esse policial”, lamentou a mãe.
Benedito Rodrigues Maciel faria 31 anos na terça (26). A esposa dele, Priscila Merian Dias Monte, de 26 anos, lembra que na noite em que ele foi assassinado tinha saído de casa para comprar vinho.
Assim que ele montou na moto, um carro cinza passou atirando. O tiro foi fatal, atingiu o coração do homem. Ele não teve a oportunidade de ver a filha que hoje completou dois meses de idade. Ele foi assassinado no dia 5 de novembro.
“Ele nunca foi preso, se quiser pode puxar o nome dele e ver o antecedente. Se ele era uma pessoa inocente por que fizeram isso com ele? Ele deixou quatro filhos. A mais nova nasceu na noite em que ele morreu”, desabafou a viúva.
A semelhança entre os dois casos, assim como o da maioria, é que a maior parte das vítimas não tinha passagem pela polícia.
Um dos organizadores da manifestação, Mateus Silva, de 19 anos, disse que essa é o terceiro ato público das famílias das vítimas. Ele lembra que até agora nada foi esclarecido.
“Até agora não tivemos resposta de nada. Queremos chamar a atenção da Polícia Civil e do Ministério Público para dar resposta para estes casos. Foram mortos pais de família, filhos, pessoas que não tinham passagem pela policia”, protestou.
Outra manifestação está marcada para acontecer em janeiro.