DA REDAÇÃO
O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Antônio Nogueira, falou nesta semana que Isaías Carvalho “sempre foi sustentado pelo PT, política e financeiramente”. O ex-vereador de Pedra Branca do Amapari, que foi uma das principais lideranças da legenda, anunciou recentemente que vai deixar o partido, segundo ele, por não concordar com o que ele chama de projeto pessoal e familiar de Nogueira.
Para Nogueira, Isaías usou o PT para ser vereador de Pedra Branca, cidade a 185 quilômetros de Macapá, por dois mandatos, sem ter deixado qualquer legado ou sucessão no município. Isaías atuou no partido por 22 anos. Ele foi o vereador mais jovem do Brasil, eleito em 2000, aos 19 anos.
“[Isaías] usou o PT para ser dirigente partidário estadual e receber R$ 3 mil mensais. Até hoje não prestou contas do que recebeu, estando o partido inadimplente junto à Justiça Eleitoral”, acusou Nogueira.
O presidente da legenda no estado falou que Isaías “está a serviço de outros partidos para tentar apequenar o PT no Amapá”.
“A esposa dele é assessora do senador Randolfe, da REDE, que é parceiro do DEM, adversário do PT, nacionalmente”, falou Nogueira.
Quando anunciou a saída da legenda, Isaías falou que “a necessidade pessoal de poder da família Nogueira minimizou a importância do PT”.
“Para o Nogueira, quem não tiver o DNA ou o sobrenome da família não tem espaço”, disse Isaías.
Para ele, Nogueira está repetindo com o PT estadual o mesmo que fez com o partido no município de Santana, cidade a 17 quilômetros de Macapá.
“Colocou para fora a Marcivânia (deputada), Zé Roberto (ex-deputado) e o Richard (ex-vereador), e como candidata à prefeita colocou a irmã dele (Isabel Nogueira). A vereadora eleita foi a Socorro Nogueira, irmã dele. O Nogueira no governo Waldez tem a esposa diretora de escola, e também uma irmã. Na EAP (Escola de Administração) a diretora é a cunhada dele, e agora o secretário de Meio Ambiente é primo. É um primo de 4º grau, mas é primo”, expões.
Sobre a participação do partido no governo estadual, Nogueira disse que “a decisão de entrar no governo do PDT foi do conjunto do partido e não minha, isoladamente”, falou, e acrescentou: “As indicações das pessoas que ocupam espaços no governo, pela primeira vez na história petista amapaense, estão sendo feitas e aprovadas pelo partido e não por mim”.