SELES NAFES
Vigilantes da empresa Vigex, que prestam serviços na rede pública de saúde, ocuparam as galerias da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), nesta terça-feira (12). Os 180 trabalhadores estão com três meses de salários atrasados em 2017, e mais três meses referentes a 2016, além de férias e décimo terceiro salário.
Um dos trabalhadores, que pediu para não ser identificado, disse que mora no Infraero I, e trabalha em um hospital no Centro de Macapá. O percurso, ida e volta, tem sido feito a pé.
Um representante do grupo usou a tribuna da Alap por poucos minutos, até ser interrompido por sucessivos pedidos de aparte, que é quando um deputado solicita parte do tempo destinado à outra pessoa para fazer um discurso ou comentário.
“Muitos saíram de casa hoje sem saber o que vão almoçar e nem como vão voltar. Alguns vão de ônibus, mas voltam a pé. Estamos num estado de miséria que vocês nem podem imaginar”, comentou emocionado o vigilante Matheus Júnior, representante dos vigilantes.
Ele começou a chorar quando falou sobre um filho que está internado.
“A maioria dos vigilantes conhece ele. Ele abraça, cheira, sorri, é cheio de vida. E está num leito. Não tenho dinheiro para comprar remédio para tratar da doença dele”, acrescentou.
Apartes foram solicitados por Edna Auzier (PROS), Pedro da Lua (PSC), Marília Góes (PDT), e Paulo Lemos (PSOL), o que esgotou o tempo destinado ao pronunciamento do vigilante.
“Hoje foi mandado um mês para a Vigex, e R$ 500 mil que é a metade do pagamento da Alfa. Mas não tem muito o que falar. Trabalhar seis meses e não receber é um absurdo. Mas é o que o governador e o secretário queriam? Com certeza não é!”, ponderou a deputada Marília.
O portal SELESNAFES.COM não conseguiu contato com a Sesa nesta terça-feira.