RODRIGO INDINHO
Silas Almeida dos Santos, de 35 anos, acusado de matar um guarda municipal de Macapá no primeiro dia do ano, compareceu ao Ciosp do Bairro Novo Horizonte, na zona norte de Macapá, na manhã desta quarta-feira (3). Ele confessou o crime, mas alegou legítima defesa. Ele não ficou preso.
Em depoimento, Santos disse que nunca teve uma boa relação com a vítima, o guarda Denivaldo de Oliveira Souza, de 35 anos. Os dois eram concunhados. O clima entre eles teria piorado no dia 2 de dezembro, quando houve uma aposta durante uma luta do UFC e os dois teriam brigado. Ele chegou a apresentar, durante o depoimento, um registro da ocorrência.
O acusado alegou que desde o dia da aposta ele vinha sofrendo ameaças de Denivaldo Souza. No dia 1° de janeiro, Silas Souza saiu para comprar cigarro e encontrou a vítima que teria tentado lhe agredir sem que houvesse nenhuma discussão. Silas Souza disse que portava uma faca e acabou se defendendo.
“Diante da repercussão que o caso ganhou eu vou tentar finalizar o procedimento o mais rápido possível para que seja remetido ao Ministério Público que vai ter cinco dias para oferecer a denúncia”, disse o delegado Abraão Almeida.
A apresentação do acusado, que estava acompanhado do advogado Osny Brito, foi também acompanhada por parentes da vítima, entre eles a viúva da vítima.
Ela desmentiu a versão do acusado, e disse que o marido estava tentando evitar que um vizinho fosse morto pelo acusado, que estava armado com uma faca.
“Meu marido conseguiu evitar que ele matasse um amigo nosso, na frente de casa. (…) Como pode ser em legítima defesa? Me deixou com 3 crianças e não é o primeiro que ele mata. Meu marido só cuidava da família e nem era de festa”, disse a viúva, em prantos.
Amigos de farda também acompanharam a apresentação do acusado no Ciosp, como o guarda Guedes.
“É um motivo de muita tristeza para toda a corporação, imaginar que um pai de família que estava dentro da sua própria casa foi brutalmente assassinado por uma pessoa que é reincidente pelo mesmo crime. (…) Desde o período da infância dele que o mesmo comete esses crimes, e hoje ele tira a vida de um pai de família”, comentou o guarda Guedes.
“Esse cara aí é sangue frio”, acrescentou.
Como não está mais no período de flagrante e não existe ordem judicial de prisão, Silas Souza foi liberado logo depois do depoimento. Ele já havia cumprido pena por outro homicídio, ocorrido quando era adolescente.