OLHO DE BOTO
O delegado Ronaldo Coelho, da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil, levanta duas possibilidades, a princípio, para explicar a execução de um interno do regime semiaberto e seu cunhado, na manhã desta quarta-feira (17). A primeira hipótese é que o crime esteja relacionado a uma disputa entre internos do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). A outra possibilidade é que alguém tenha executado Daniel Lima Nobre, de 35 anos, por vingança já que o detento cumpria pena por homicídio.
De acordo com o delegado, a primeira possibilidade se dá pelo fato da execução ter ocorrido seis dias após outro crime com características semelhantes. No último dia 11, o interno David André do Espírito Santo Navegante, o “DVD”, também foi morto ao sair do Iapen.
“Morreu tal qual na semana passada, quando ocorreu a morte do ‘DVD’, que saía do Iapen. Com uma diferença: um foi emboscado lá na frente e esses foram emboscados aqui [na Rodovia AP-440]. Em tese, trabalhamos com uma disputa interna de facções. Então vamos tentar entrar nesse mundo para pacificar essa realidade. A chave por isso passa por dentro do Iapen”, comentou Ronaldo Coelho.
Detento e cunhado foram executados quando saíam do Iapen, pela Rodovia AP-440. Fotos: Olho de Boto
A segunda tese trabalhada pela polícia se justifica também por uma possível vingança. Daniel Lima Nobre cumpria pena por ter matado um homem que matou seu irmão, há quatorze anos.
“Ele é vítima, mas vingou a morte de um parente em 2004”, ressaltou.
Para o delegado, o mais provável é que o cunhado do preso, Thelio Tavares de Souza, de 24 anos, tenha sido morto para não haver testemunhas do crime.
“Ele veio para pegar o cunhado e acabou numa cilada dessa”, disse.
Segundo Coelho, a esposa da vítima, que reconheceu o corpo do companheiro, relatou que não percebeu nada anormal no comportamento do marido e que ele não estava se queixando de nenhuma ameaça.
O delegado disse ainda que a polícia busca por câmeras de segurança próximas ao local do crime para tentar identificar possíveis suspeitos.