ANDRÉ SILVA
O comerciante de Macapá vem sentindo falta dos bons lucros, antes comuns nos meses de fevereiro. Sem desfiles carnavalescos há três anos, as vendas em lojas de confecções e armarinhos caíram nessa época do ano, na capital.
Segundo eles, por mais que a maioria dos produtos utilizados na confecção das fantasias e dos carros não fosse comprada no Amapá, as vendas eram boas. Os comerciantes dizem que sempre que faltava algum material, as escolas recorriam aos comércios locais. Cada agremiação, calculam, comprava, em média, R$, 40 mil por ano.
Em 2015, último ano de desfiles na cidade, o governo estadual investiu pouco mais de R$ 4 milhões na programação do carnaval oficial. Parte desse recurso foi repassado à Liga das Escolas de Samba (Liesap), que rateou o valor com as dez agremiações que realizam os desfiles, e o restante foi para os blocos de carnaval, como de costume.
“Acabava uma mercadoria deles, e como não tinha como ir buscar, nem esperar chegar, eles corriam aqui com a gente. Era um movimento ‘arretado’”, lembra a comerciante Fátima Leite. Ela tem um bazar no Centro da cidade.
A comerciante não consegue precisar o faturamento que o período trazia, à época, mas, ela arrisca em dizer que ultrapassava os R$ 80 mil.
O gerente de uma loja de tecidos e armarinhos, Bruno Figueiredo, de 34 anos, trabalha no Centro de Macapá há mais de dez anos. Ele confirma o que disse a lojista, e calcula que cada escola gastava cerca de R$ 40 mil em compras na loja.
“Faz falta, sim. Geralmente, eles usam mais material de armarinho, e nós não tínhamos uma grande variedade, só que a nossa loja sentiu, sim, essa diferença”, falou o gerente.
Sem desfiles, o que vem mantendo o movimento neste período do ano são os brincantes de blocos de carnaval, segundo eles. Máscaras, lantejoulas, fantasias, brilhos e purpurinas ainda são os produtos mais procurados.
“São eles que ainda acabam dando uma ajuda nas vendas”, finalizou Fátima Leite.