OLHO DE BOTO
Foi encontrado em um ramal às margens da Rodovia Norte Sul, na tarde de domingo (18), o carro pertencente ao taxista que estava desaparecido, Raimundo Vieira da Costa, de 56 anos, e um corpo que aparenta ser o seu em estado carbonizado.
O taxista, que trabalhava no ponto de um shopping em Macapá, havia saído para lavar o veículo no sábado (17) pela manhã e não voltou para casa. A demora no retorno deixou a família preocupada, chegando a divulgar o desaparecimento do homem pelas redes sociais.
Por volta das 16h, taxistas que realizavam buscas pela rodovia encontraram o táxi que tem a mesma placa e modelo do carro de Raimundo Vieira da Costa. O corpo encontrado estava no banco traseiro bastante consumido pelo fogo. Os parentes acreditam ser o corpo do taxista, mas a identificação será confirmada pela perícia através de exame de DNA.
“A intenção desse tipo de crime é esconder vestígios. Nossa preocupação é identificar o corpo e entregar para a família”, disse o perito Odair Monteiro, da Política Técnica Ceintífica (Politec).
O técnico acredita que pelas características em que o veículo foi encontrado, com as janelas abertas, é possível que a vítima já estivesse morta quando o táxi foi incendiado.
“Já vi muitos casos, mas como esse daqui é difícil. Nem o último parceiro que morreu ficou numa situação dessa. São vários casos como esse aqui. É uma rodovia abandonada. Ontem eu estava brincando com ele em frente ao Fortaleza (supermercado). Como acontece um negócio desse? Tenho fé nas autoridades que esses camaradas sejam pegos. Ele nunca rodou durante a noite”, lamentou o colega da vítima, o taxista Francisco José.
O sobrinho da vítima, Bruno Rafael, lamentou a perda do familiar que era muito querido por todos.
“Era uma pessoa muito boa, difícil descrever. Infelizmente vem acontecer esse fato. A gente não acredita. Uma pessoa que sempre cuidou da família, dos amigos”, disse o sobrinho.
A última pessoa a ver o taxista foi seu amigo e proprietário do lava jato, localizado no Bairro do Trem, conhecido como “Gordo”, onde limpou o veículo, por volta das 11h30 do sábado (17).
“Ele me deu um abraço e disse que não ia vender o táxi. Ia ajustar a suspensão e um vazamento que tinha no carro. Aí ele saiu. Quando ele rodava na praça era meu paizão, perdi um amigo. Fazia muito tempo que a gente não se via, fomos nos ver ontem, uma despedida. Não é um ser humano quem fez isso com um senhor de bem. Muita covardia”, disse.
A polícia ainda não se manifestou sobre o caso.