ANDRÉ SILVA
Em 2016, 6 dos 16 municípios do Amapá eram atendidos com esgotamento sanitário, segundo balanço divulgado pelo Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS), órgão ligado ao Ministério das Cidades. Em relação a água tratada, os dados mostram que 280.525 pessoas têm acesso ao produto no estado.
Os dados apontam que das 89.956 ligações de água em todo o Estado, 65.042 estão ativas, e o restante, que seriam pontos inativos, não aparece no balanço.
O total da população urbana atendida com esgoto é de 44.571 habitantes. O número de ligações ativas ultrapassa os 10 mil.
O balanço aponta uma realidade já conhecida pelo amapaense. Menos de 5% das residências no estado são conectadas à rede esgoto.
O Bairro Jardim Felicidade I, na zona norte de Macapá, representa bem esses dados. Ele existe há mais de 28 anos, e, desde lá, poucas ruas passaram por serviço de terraplanagem ou asfaltamento para receber tubulação de esgoto e encanação de água.
A maioria das casas usa água de poço, e o esgoto vai para o mesmo lugar, fossas sépticas construídas pelos próprios moradores.
O presidente da associação de moradores do bairro, Jorge Silva, disse que existem projetos para o bairro, que incluem terraplanagem e asfaltamento. Sobre a implantação de esgoto e encanação de água, ele não soube dizer se existe projeto para implantação do sistema no bairro.
“A gente pede tudo isso, mas você sabe como é, nem sempre vem o que a gente pede. Mas a gente continua tentando”, falou o presidente
Miraci Correa Santos, de 54 anos, mora na Rua Francisco Xavier das Chagas há mais de 20 anos. Na casa dela tinha uma tubulação da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa), mas ela desativou e disse preferir usar água de poço.
“A água do poço só para quando a bomba não funciona. Eu tinha muita dor de cabeça com a Caesa. A água sempre ia embora, cansei e decidi mudar para água de poço”, falou a moradora.