Funcionários do HE ofereciam cirurgias em troca de sexo e dinheiro

Vítima procurou a direção do hospital que a orientou a proceder com a denúncia.
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ANDRÉ SILVA

Dois funcionários do Hospital de Emergência de Macapá (HE) foram presos em flagrante nesta quinta-feira (22). Segundo a polícia, eles ofereciam cirurgias em troca de dinheiro e sexo. Uma das vítimas procurou a direção do hospital que a orientou a proceder com a denúncia.

Agentes da 6ª Delegacia de Polícia chegaram até os funcionários após a denúncia. Um deles, segundo a direção do hospital, é funcionário efetivo, o técnico de enfermagem Josiney dos Santos, de 41 anos. A outra é terceirizada, e teve apenas o primeiro nome revelado pela polícia, “Audenora”, também de 41 anos. A participação dela ainda não foi explicada pela polícia.

A vítima autora da denúncia, que não será identificada, contou à polícia e à direção do HE que o técnico pediu R$ 1,2 mil para colocar o nome dela à frente de outros na lista de espera para cirurgias ortopédicas.

Como a mulher não tinha o dinheiro todo, o técnico diminuiu o valor para R$ 800 e propôs o pagamento do restante com sexo, afirmou. Vários trechos ficaram gravados no WhatsApp da vítima.

“O valor era para adiantar a cirurgia. Ele disse que usaria a influência que tinha dentro do hospital, dizendo que era algum parente, e, com isso, conseguiria adiantar a cirurgia. A vítima não aceitou e procurou a direção”, falou o delegado Leonardo Costa.

Delegado Leonardo Costa Foto: Olho de Boto

A dupla foi encaminhada para audiência de custódia. Os dois serão indiciados, segundo o delegado, por crime de concussão, que é configurado quando alguém oferece vantagem ilícita em função do cargo que exerce.

O diretor do HE, Waldir Bittencourt, disse que lamenta ter funcionários envolvidos nesse tipo de situação. Ele reforçou que assim que a usuária o procurou, ele a encorajou a denunciar e procurar a polícia.

Bitencourt disse que a paciente já estava agendada para a cirurgia e que o funcionário não teria o poder para fazer o que prometeu.

“Nós estamos aperfeiçoando a gestão para que o usuário denuncie o que ele ache que é irregular. Não é à toa que existe a ouvidoria e a própria direção do hospital que apura qualquer irregularidade”, reforçou o diretor.

Seles Nafes
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