ANDRÉ SILVA
Parte dos invasores que foram retirados de um terreno às margens da Rodovia Norte Sul, no fim de 2016, continuam acampados em uma área próxima ao muro da Infraero, no Bairro Ilha Mirim, zona norte de Macapá. Eles criaram uma associação com cerca de 300 famílias e reivindicam o terreno anteriormente invadido.
Cerca de 20 famílias estão morando em barracos improvisados com tábuas e compensados. Algumas construções têm pouco mais de 6 metros quadrados, e chegam a abrigar família com oito pessoas.
Iaides Correa, de 83 anos, mora com o esposo, dois filhos e netos, totalizando oito pessoas. Ela conta que desde que foi retirada do terreno invadido, e se estabeleceu na área, recebeu somente uma visita de uma assistente social.
“Nós fomos esquecidos aqui. É esse nosso sentimento. Eles não querem que a gente fique lá naquele lugar que a gente estava antes e também não querem ajudar”, reclamou a idosa.
Everaldo Cruz, de 54 anos, é membro da associação. Ele disse que a luta é por uma parte do terreno doado pela União para o Estado, e não pelas áreas já destinadas para a construção de secretarias do estado, e de um residencial com 500 moradias.
“As famílias não têm interesse em se cadastrar em programas habitacionais, elas querem um terreno para fazer suas casas com recursos próprios, onde possam ter um quintal, fazer uma horta, criar galinha. Tem famílias que têm 7 filhos e um apartamento não comportaria isso tudo de pessoas”, falou Cruz, que mora no local com parentes.
O terreno onde eles estão acampados era usado como campo de futebol pelos moradores. A área é destinada para a construção de um prédio da prefeitura de Macapá.