SELES NAFES
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Amapá, solicitou à Justiça Federal que o ex-deputado federal Antônio da Justa Feijão, na condição de advogado, possa cumprir prisão preventiva em uma “sala de Estado Maior”, ou seja, em alojamento militar.
No pedido, a OAB citou caso semelhante, ocorrido há cerca de 2 anos, quando advogados puderam cumprir prisão preventiva num alojamento no Comando Geral da Polícia Militar. A segurança deles, à época, foi feita por agentes do Iapen.
A OAB pediu ainda que, na falta de uma sala de Estado Maior, seja concedida a prisão domiciliar.
Antônio Feijão foi preso pela Polícia Federal na “Operação Garimpeiros da Propina”, derivada da “Operação Minamata”, na semana passada, junto com o superintendente da Agência Nacional de Mineração (ANM), Tiago da Justa Ribeiro (seu sobrinho), e servidores do órgão.
No dia seguinte, também foi preso o ex-deputado federal Badú Picanço. O grupo é acusado de comandar um esquema de corrupção na agência, que é o antigo DNPM, para permitir a exploração ilegal de ouro no Amapá.
Feijão e Badú estão numa cela especial junto com outros presos da operação. A cela fica no pavilhão de detentos provisórios do Iapen, que ainda aguardam julgamento.
A defesa de Feijão pediu a revogação da prisão à Justiça Federal, que já solicitou parecer do Ministério Público Federal.
“Falta necessidade para essa prisão. Não tem nenhuma prova direta, só uma interceptação telefônica de um indivíduo que saiu do DNPM e atribui sua saída a Feijão. É esse indivíduo que tece comentários com outro interlocutor de que o Feijão teria promovido a saída dele porque queria obter vantagens do DNPM. Não tem prova nenhuma de que ele (Feijão) tenha pedido vantagem para alguém”, garantiu o advogado Maurício Pereira.