Banda Placa vai lançar acervo histórico e cultural do Amapá

Afastado dos palcos, grupo dedica-se a projeto cultural do estado.
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ANDRÉ SILVA

A Banda Placa completou 35 anos de criação no dia 9 de março. Nessas mais de três décadas, foram seis CD’s gravados, inúmeros shows e muitos momentos inesquecíveis. Um pouco distante do cenário musical, a banda vem se dedicando à criação de um acervo histórico e cultural de comunidades do Amapá. Nesta sexta-feira (23), o grupo começou uma nova jornada de apresentação do trabalho em escolas públicas do estado.

A banda, que chegou a se chamar Placa Luminosa, foi criada em 1983 por alguns músicos vindos de outro grupo de grande sucesso no estado: Os Setentrionais.

Grupo fazia apresentações de caras pintadas Foto: Arquivo Pessoal

O líder fundador do grupo, Carlos Augusto Gomes, o Carlitão, contou que o primeiro nome da banda foi escolhido embaixo de um coqueiro, em frente ao antigo fórum da cidade, na Praça Zagury.

“O ‘Raimundão’, primeiro tecladista da Placa, trabalhava no Instituto de Terras do Amapá [Incra]. Ele passava muito pelas estradas e via muitas placas reluzentes no caminho, e, então, decidiu colocar o nome de Placa Luminosa. Tempos depois, a gente descobriu que já existia uma banda com esse nome que tocava Jazz. Anos depois, a gente decidiu gravar um CD e decidimos tirar o Luminosa e ficou só Placa”, lembrou Carlitão.

Integrantes da banda, de caras pintadas Foto: Arquivo Pessoal

A banda estourou nas rádios amapaense, tocando sucessos como: “Minha Cidade”, “Placlarear”’, “Amassadeira”, entre outros.

Carlitão disse que todos os CD’s do grupo acabaram se transformando em projetos pedagógicos. Geralmente, eles selecionavam algumas músicas e apresentavam nas escolas públicas de Macapá. Ele lembra que o primeiro CD chegou a vender mais de 4 mil cópias, sem precisar ir parar em lojas.

O grupo é conhecido por ter criado também o “Carnaval do Povo”, um dos maiores eventos carnavalescos da capital. Com a pegada muito eclética, a banda chegou a promover shows de rock no Ginásio Paulo Conrado, onde eles se apresentavam com caras pintadas e roupas extravagantes.

Grupo criou o Carnaval do Povo em Macapá Foto: Arquivo Pessoal

Além da banda, o grupo também tem projetos voltados para o esporte, como o time de voleibol Placa, e, agora, as atenções estão todas voltadas para linhas de pesquisas sobre a cultura afro brasileira, sobretudo, as comunidades históricas e suas festas, como a de Mazagão Velho, Curiaú, e o Tambor de Criola, em Porto Grande.

Em 2010, eles laçaram o projeto Nossos ídolos, que reuniu a história dessas comunidades, músicas e personalidades amapaenses, tudo em vídeo. Até agora, são mais de 120 entrevistas, segundo Carlitão. Todo esse material será exibido em escolas do Amapá.

Primeiro nome dado à banda Foto: Arquivo Pessoal

“Depois que a gente criou a Associação Cultural e Social Placa, começamos a participar de editais nacionais, e, foi quando a gente começou a aprovar um monte de projetos. Nós aprovamos um ponto de cultura que instalamos um Mazagão Velho”, contou Carlitão.

A última apresentação da Banda Placa aconteceu no dia em que Macapá completou 266 anos.

O lançamento do projeto ‘35 anos de Placa’ vai acontecer no dia 23 de março, na Biblioteca Pública Elcyr Lacerda, Centro de Macapá.

Seles Nafes
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