Foco: Policial militar do AP passa em concurso e será delegado no PA

Em menos de 30 dias, Felipe Pereira vai se despedir do Amapá para assumir o cargo na cidade vizinha.
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ANDRÉ SILVA

Um policial militar do Amapá, de 27 anos, foi aprovado no concurso público da Polícia Civil do Pará para o cargo de delegado. Em menos de 30 dias, ele vai se despedir do estado amapaense para assumir o cargo. Os dias como policial militar foram marcados por ocorrências que, segundo ele, ficarão na memória.  

A história da família do policial nascido em Tocantins é parecida com a de muitos brasileiros que saem de sua terra para tentar a sorte em outros lugares. Ele conta que os pais chegaram ao Amapá na década de 1995, para trabalhar com comércio. Felipe Pereira tinha cinco anos.

Felipe Pereira passou em concurso para policial militar em 2010 Foto: Arquivo Pessoal

Ele fez os ensinos infantil e fundamental em escolas públicas e quando chegou ao ensino médio, os pais, segundo contou, perceberam a dedicação do filho aos estudos, e o matricularam em uma escola particular.

“Fizeram esse sacrifício mesmo sem muitas condições”, lembrou.

A caminhada de sucesso por concursos públicos iniciou quando Felipe Pereira foi aprovado, aos 18 anos, para agente censitário no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde ganhava R$ 700. 

Jovem lembra de ocorrências marcantes na atuação no estado Foto: Arquivo Pessoal

Em 2010, ele ingressou na Polícia Militar do Amapá, e, enquanto trabalhava, iniciou o curso de direito e resolveu tentar a carreira de policial civil. O primeiro concurso foi no estado de Pernambuco, onde, por duas questões, contou, acabou sendo eliminado. A segunda tentativa, com sucesso, foi no ano passado, no Pará onde passou no concurso para delegado.

Momentos marcantes na PM

Felipe Pereira lembra de momentos marcantes que viveu na função de policial militar. A mais chocante delas, segundo ele, foi numa ocorrência que atendeu envolvendo dois adolescentes, um menino e uma menina.

O garoto de 16 anos, lembra, levou a menina de 12 para um terreno baldio no Bairro Novo Horizonte, zona norte de Macapá, e a estuprou.

O policial contou que teve muito trabalho, junto com a equipe, para capturar o menor infrator.

Felipe Pereira no curso de formação de delegado no Pará Foto: Arquivo Pessoal

“Uma ocorrência muito revoltante essa. Quando eu fui para a audiência que julgava esse ato infracional do garoto, a Justiça não sabia por onde ele andava. Já tinha passado mais de 45 dias da data do fato e ele só pode passar 45 dias mantido preso, e, àquela altura, ele já estava foragido, e ficou impune. Para mim, mostrou, claramente, como é ineficiente a legislação. Ela trava muito o trabalho do policial militar”, lamentou o policial.

Felipe disse que vai sentir muita saudade do Amapá e reconhece que o estado possibilitou a ele a realização de um de seus sonhos.

“Estou preparado para mergulhar de cabeça para onde eu for mandado, e criar raiz ali”, disse o futuro delegado.

Felipe concluiu as mais de 700 horas do curso de formação de delegado da Polícia Civil do Pará, e, agora, aguarda a nomeação que pode ocorrer dentro de 30 dias.

Seles Nafes
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