DA REDAÇÃO
Policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão em residências de funcionários do Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Amapá (Imap), na manhã desta quarta-feira (14). A operação, feita em conjunto com o Ministério Público Federal, foi batizada de “Ramphastos”, e investiga o pagamento de propinas para autorizações de desmatamento e licenciamento para exploração de ouro.
Com dois mandados, os policiais apreenderam computadores, celulares e documentos nos imóveis dos servidores. Um dos mandados foi cumprido no Bairro Novo Horizonte, e outro no Bairro Pantanal, ambos na zona norte de Macapá.
As atividades ilegais teriam começado em 2016, numa área conhecida como “Tucano” (Ramphastos é o nome científico dessa espécie de pássaro), no município de Pedra Branca do Amapari, a cidade a 188 quilômetros de Macapá.
Segundo as investigações, foram desmatados mais de 6 quilômetros em março de 2016, mas a autorização e a licença são foram emitidos em novembro do mesmo ano.
“(…) A autorização de desmatamento e a licença de operação da referida área foram outorgadas de forma fraudulenta, com base em diploma minerário já caduco apresentado pelo empresário interessado, e concedidas após a própria abertura do ramal já consolidado”, diz a PF em nota.
Na época dos crimes, o Imap estava sendo dirigido por Luís Henrique Costa, que chegou a ser alvo de mandados em outras duas operações da PF, a “Pantalassa” e a “Quantum Debeatur”, ambas de 2017, e que investigam outros crimes semelhantes também com participação de servidores do Imap. Nessas duas operações a PF e o MPF investigam a venda de créditos de desmatamento para empresas madeireiras.
Os funcionários investigados na Ramphastos foram intimados a prestar depoimento. Eles poderão ser indiciados por crimes contra a administração ambiental, falsidade ideológica, associação criminosa e corrupção passiva, cuja as penas chegam a 26 anos de prisão.