CÁSSIA LIMA
O que era para ser mais uma corrida de trabalho, tornou-se uma enorme confusão com direito a repercussão nas redes sociais. Kairo Ribeiro, de 31 anos, mais conhecido como Kairo Mototaxi, transportava uma mulher, quando, durante a corrida, ela pediu para que o mototaxista parasse e aguardasse por alguns instantes. A passageira embarcou em um carro e foi embora.
O caso aconteceu na quarta-feira (21), na zona norte de Macapá. Segundo o mototaxista, a passageira que estava em sua moto usava um vestido justo que chamou a atenção de um motorista de um carro, que pediu para Kairo parar a corrida, e, então, o homem a levou com ele.
O mototaxista conta que o motorista do carro pediu para conversar com a mulher enquanto Kairo aguardava. No entanto, a mulher embarcou no carro e os dois foram embora, deixando um prejuízo no valor de R$ 10, pela corrida.
Kairo fez um vídeo e postou em sua rede social, narrando o episódio que ele chamou de o “caso de Christian Grey e Anastasia do Amapá”, em referência ao filme “Cinquenta tons de liberdade”. No primeiro vídeo, ele comenta sobre o caso e pede aos internautas que compartilhem a postagem para que chegue ao casal e ele receba o valor da corrida. (assista ao vídeo)
“Eu achei bacana a comoção. Porque foi o poder da internet que trouxe o cara até mim. Isso poderia acontecer com qualquer mototaxi, muitos passam por isso, mas não cobram”, disse Kairo.
O mototaxista procurou o delegado Sidney Leite para tirar dúvidas acerca dos seus direitos. Segundo ele, a pressão nas redes sociais deu certo, pois o motorista do veículo entrou em contato para pagar a corrida, inclusive, ofereceu R$ 100 a Kairo.
“Eu postei os prints dessa conversa com o cara. E as pessoas disseram que eu estava extorquindo ele, que eu estava ameaçando. Eu fiquei triste porque a mensagem é clara, ele que me propôs dar mais”, disse.
O mototaxista, que é estudante de direito, contou que tenta não absorver todas as mensagens. Ele postou um outro vídeo falando que já recebeu o valor da corrida, e comentando as críticas. (assista abaixo)
“Fica a lição que não conseguimos agradar a todo mundo, e que há uma inversão de valores quando a gente cobra o que é nosso trabalho”, falou.