SELES NAFES
Daqui a quatro dias, Macapá recebe um dos eventos mais importantes do calendário evangélico durante a Semana Santa. Este ano, o Sermão da Montanha irá percorrer 9 cidades, e terá atrações como os cantores Samuel Mariano, Deusmar Costa e Lauriete, além de atrações locais.
O evento, que reunirá pregações, depoimentos e muita música no complexo Beira-Rio no próximo dia 30, existe há mais de 30 anos, e começou na cidade de Belo Horizonte (MG). No Amapá, em 2011, o primeiro Sermão foi assistido por cerca de 18 mil pessoas em Macapá.
No ano seguinte, foram 40 mil espectadores em Macapá e Santana. O maior público já registrado foi em 2017, quando o Sermão da Montanha foi visto por mais de 87 mil cristãos nas duas principais cidades do Amapá.
O evento, que relembra um dos momentos mais marcantes da história de Cristo no Novo Testamento, é considerado pelos evangélicos mais do que apenas o momento em que foi ensinado o “Pai Nosso”, a oração cristã mais conhecida no mundo.
O organizador do Sermão da Montanha e presidente das Igrejas Quadrangular no Amapá, pastor Guaracy Júnior, explica que o famoso sermão foi o momento também em que Jesus convidou o homem a filosofar, a refletir.
A Bíblia narra vários momentos importantes de Cristo, como a multiplicação dos peixes, dos pães, a caminhada pela água e vários outros milagres. Qual foi o significado do sermão naquela montanha?
Ele é tido como o sermão mais lindo, onde o homem foi levado a filosofar. Jesus, o filósofo dos filósofos, o pensador dos pensadores, foi o maior educador de todos os tempos. Foi muito diferente do que os religiosos faziam. Jesus chocou os religiosos daquela época. As pessoas esperavam um rei, um herói, mas tiveram um homem que foi humilhado, ouviu os piores palavrões na Cruz, e ainda chorou sangue.
Foi um milagre?
A ciência diz que somente um estresse muito grande pode causar isso (choro de sangue).
O que a morte dele mudou?
A forma de salvação. Até aí, só era salvo quem cumprisse toda a lei. Jesus disse que tinha vindo cumprir a lei, que nem um ser humano conseguia cumprir. Ele disse que o escrito de dívida que era contra nós ele cancelou. E a Bíblia deixa muito claro que esse escrito de dívida que ele rasgou era a lei, mas isso é muito incompreendido pela igreja. Quando ele morreu e ressuscitou nós passamos a ser salvos pela graça, e não mais pela lei. A lei caducou, perdeu o valor. A salvação passou a ser simples. Todo aquele que evocar o nome do Senhor será salvo. Essa é a mensagem do Sermão da Montanha.
Mas se a lei (Velho Testamento) caducou, como fica a parte do “Não matarás”, “Não cobiçarás” e outros ensinamentos importantes contidos no Velho Testamento?
Os mandamentos deram um norte. Não quero dizer que vamos matar e cobiçar, mas nós fomos libertos de um peso que ninguém podia suportar. Nenhum homem conseguiu cumprir a lei, só Jesus. (…) O Velho Testamento não tem só 10 mandamentos, são mais de 5 mil, que falam sobre costumes como, por exemplo, sobre a purificação da mulher, roupas, o dia de sábado, até comer alguns alimentos significavam a perda da salvação. Esse foi um pacto de Deus com o povo judeu. (…) Jesus virou a página da história numa nova e viva aliança, um novo e vivo caminho. Tem muita igreja que quer viver debaixo da lei e da graça ao mesmo tempo, e por isso tem muita igreja radical. Eu sou salvo porque Jesus morreu por mim.
O Sermão é sempre em Macapá e Santana?
No ano passado chegamos em sete municípios, totalizando 130 mil pessoas. Este ano está caindo muita chuva, então faremos logo em Macapá. Em junho iremos a mais sete municípios: Vitória, Laranjal, Pracuúba, Mazagão, Porto Grande, Oiapoque e Tartarugalzinho.