Som alto, sexo explícito, brigas e drogas incomodam em trecho no Beirol

Moradores da região dizem que perturbação vai até o amanhecer do dia.
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ANDRÉ SILVA
Som alto, sexo explícito, brigas e tráfico de drogas são as principais queixas de moradores das imediações da Av. Pedro Lazarino com a Rua Hamilton Silva, no bairro Beirol, zona sul de Macapá. O local, onde funcionam uma distribuidora de bebidas e uma loja de conveniência, virou ponto de encontro de quem sai das festas.

Os moradores dizem que a perturbação começa por volta de 2h e segue até o dia amanhecer. Por causa da quantidade de reclamações, eles contam que são ameaçados pelos frequentadores, por isso, preferem não se identificar.

“Eu mesma vi dois homens ‘transando’ ali do lado [da loja de conveniência]. Um estava fazendo sexo oral no outro. A gente chama a polícia, mas, quando eles chegam, os proprietários dos comércios baixam as portas e ficam vendendo de uma portinha”, contou uma moradora.

Há relato de moradores que presenciaram até venda de drogas no local. Uma senhora de 87 anos, que mora nas redondezas há mais de 40 anos, disse que chegou a presenciar cenas chocantes.

“Uma das cenas que mais me chocou foi quando eu vi uma moça saindo carregada daqui. Acho que ela estava tendo uma overdose”, lembrou a idosa.

População reclama de perturbação até o amanhecer Foto: Arquivo Pessoal

O que dizem os empresários

Mateus da Silva Reis, proprietário da loja de conveniência, disse que só é autorizado a vender bebida até 1h. Segundo ele, depois desse horário, a comercialização é feita pela loja ao lado da dele.

“Eles compram lá e vêm beber aqui. Quem passa por aqui e vê, pensa que eles compraram aqui, mas, nem sempre é assim”, falou.

Reis disse que dorme praticamente dentro do comércio com a família, e que quando o som incomoda, pede para os proprietários de carros baixarem o volume, mas, ele falou já ter sido ameaçado por causa disso.

Em relação ao tráfico de drogas, o proprietário disse que não pode interferir no que as pessoas fazem fora do seu estabelecimento.

Gleifson Pelaes, proprietário da distribuidora de bebidas que fica ao lado da conveniência, disse que não comercializa bebida para as pessoas depois de 1h. Ele falou, no entanto, que chega a vender quando é muito incomodado.

Pelaes atribuiu à loja ao lado a culpa pela aglomeração de carros e usuários de drogas no local.

“Dá uma certa hora, eu fecho. Ele que fica aberto até de manhã alimentando aí essa galera. Eles [os proprietários de veículos] não bagunçam aqui. Se eles bagunçarem, eu digo que vou parar de vender e eles respeitam. Eu vivo daqui”, falou o comerciante.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Semduh) informou que já foram realizadas ações conjuntas para resolver a situação, só que quando os proprietários percebem que as equipes estão se aproximando, eles fecham o estabelecimento, e negam-se a receber a notificação.

A secretaria informou que tem buscado formas mais enérgicas para resolver a situação, só que não deu prazo para que isso aconteça.

A Polícia Militar do Amapá informou que não pode intervir diretamente no funcionamento do estabelecimento, e que o papel de fiscalizar esses locais é da prefeitura. Segundo a instituição, a corporação age quando a população aciona uma viatura pelo 190, mas, há dificuldade em autuar as pessoas que provocam a perturbação porque quem está fazendo a denúncia não quer ser identificado, lamentou.

Seles Nafes
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