CÁSSIA LIMA
Dados divulgados pela Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá revelam que nos últimos três anos, as tentativas de suicídio no Amapá cresceram em 308%. O assunto, considerado delicado e preocupante pelas autoridades, foi tema de encontro, nesta quinta-feira (1°), no I Seminário Suicídio: Divulgando Para Prevenir, no Centro de Macapá.
Segundo os números, 70% dos casos de tentativas são na capital, mas, o número cresceu também em municípios como Calçoene e Oiapoque. Foram 60 registros de tentativas em 2016 e 117 em 2017. Em todo o estado, 40 óbitos por suicídio ocorreram em 2017.
Seminário nesta quinta-feira discutiu o assunto Foto: Cássia Lima
“A tentativa já sinaliza que a situação é preocupante. Isso quer dizer que, se o número de pessoas que tenta, aumentou, provavelmente, o número de pessoas que irão concretizar, aumenta também”, falou a técnica da Unidade de Doenças Não-Transmissíveis da Superintendência de Vigilância em Saúde, Michele Maleama.
Técnica da Unidade de Doenças Não-Transmissíveis da Superintendência de Vigilância em Saúde, Michele Maleama Foto: Cássia Lima
A orientação dos profissionais é para que as pessoas que se sentem tristes, deprimidas e preocupadas com tarefas diárias do trabalho procurem atendimento na rede pública, como através do número 141, do Centro de Valorização da Vida (CVV).
“A abertura do diálogo, a construção de redes e divulgação dos serviços faz com que as pessoas não tomem isso como alternativa. Precisamos chegar nas escolas, conversar com os jovens e verificar como nós podemos intervir”, disse.
O seminário voltado para os profissionais da comunicação buscou repassar conhecimento aos repórteres, apresentadores de televisão, radialistas e demais profissionais no que diz respeito à forma coerente de noticiar casos de suicídio para que a informação não incite novas ocorrências.
Encontro reuniu profissionais da comunicação para orientações Foto: Cássia Lima
Centro de Valorização da Vida
No Amapá, o Centro de Valorização da Vida realiza um trabalho fundamental na prevenção do suicídio por meio de palestras, encontros e atendimento por telefone.
Há 47 anos, a entidade se dedica ao combate deste mal. A Organização Não Governamental (ONG) existe no estado há 14 anos e trabalha com voluntários nos atendimentos telefônico e presencial.