JÚLIO MIRAGAIA
A Praça Veiga Cabral, no Centro de Macapá, foi o local escolhido no fim da tarde desta sexta-feira (16), pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e movimentos sociais, para realizar um ato em homenagem à vereadora carioca Marielle Franco e seu motorista, Anderson Pedro, assassinados a tiros esta semana.
Cerca de 200 pessoas de diversos segmentos participaram da manifestação, como movimento negro, parlamentares do PSOL, PSB, sindicatos e estudantes.
O deputado Paulo Lemos (PSOL) recordou que esteve recentemente com Marielle Franco em um evento em São Paulo. O parlamentar reforçou a importância das manifestações que vêm ocorrendo em todo o país.
“É um simples ato, mas muito simbólico. E que vem daqui do norte do Brasil refletir o que ocorre no país todo. Um episódio triste, uma mulher que luta. Sua partida trágica movimentou o Brasil e o mundo por tudo que ela representa”, frisou Lemos.
A advogada Maria Carolina Monteiro destacou a importância da retomada de grandes movimentos de contestação ao racismo e machismo.
“O Amapá é um dos estados mais negros do Brasil, 70% da população. Atos como esse reavivam o nosso sentimento de representatividade”, disse.
Os estudantes de sociologia da Unifap, Mateus Nascimento, de 20 anos, e Laiana Bárbara, de 19 anos, também reforçaram a importância da representatividade e de dar voz nas ruas à atual conjuntura política.
“É um momento para levantar a voz e não deixar apenas algumas pessoas criticando nas redes sociais”, disse Mateus Nascimento.
O discurso do jovem foi reforçado pela colega que participou do ato.
“É um momento de representatividade da mulher negra e periférica. A Marielle foi calada, mas a gente ainda pode se levantar e ter voz e seguir a resistência e enfrentar esses abusos”, complementou Laiana Bárbara.