ANDRÉ SILVA
O advogado que representa os quatro policiais militares presos pela morte do ex-detento Willian Natividade, disse que o vídeo usado pelo Ministério Público Estadual do Amapá (MP), como prova para o crime, foi manipulado. O MP denunciou os policiais por homicídio e fraude processual, no dia 12 de abril.
Desde que assumiu o caso, o advogado Charles Bordalo tenta recursos para que os policiais respondam ao processo em liberdade. Porém, ele teve o pedido de revogação de prisão negado e agora tenta impetrar um habeas corpus para a soltura dos clientes. Bordalo garante que os policiais não apresentam risco à sociedade.
“A lei diz que para você prender alguém, tem que preencher os requisitos do artigo 312, para garantia da ordem pública, aplicação da lei penal, garantia da ordem econômica, enfim. E não ocorrem esses casos com os clientes. Muito pelo contrário, eles mantêm a ordem”, defendeu o advogado.
Ele disse que está fundamentando a defesa baseado nas provas elencadas pelo MP, como o depoimento dos familiares e um vídeo que está, segundo ele, pela metade.
“Nós já pedimos a inteireza da gravação porque ela foi manipulada. Ela foi manipulada no sentido de que só aparece uma parte. Se você tem uma gravação e diz que o cara gritou, você tem que apresentar toda a gravação. Por que só foi apresentado um pedaço dela?”, questionou o advogado.
Bordalo reforça o que disseram os policias sobre o fato, garantindo que Natividade reagiu e tentou disparar contra um dos policiais que estava com o ex-detento em um dos compartimentos da casa.
Advogado da família
O advogado da família de Natividade, Carlos Evangelista, disse que vai pedir medida protetiva aos parentes da vítima, que, segundo ele, estão sendo ameaçados de morte.
O fato
No dia 23 de março, uma equipe da Polícia Militar foi acionada para atender a um chamado de perturbação de sossego, no Bairro Congós, na zona sul de Macapá. O ex-detento Willian Natividade, segundo os moradores, estava disparando com uma arma de fogo e causando pânico em uma área de ponte.
Com a chegada da PM ao local, Natividade teria tentado fugir, mas foi capturado pelos policiais, que lhe deram voz de prisão. Dentro da casa, o criminoso teria tentado reagir e puxado uma arma que, de acordo com os militares, estava escondida em meio a panos. O ex-detendo foi morto com um tiro no peito.