Agentes se queixam de ameaças, salários e condições de trabalho

Trabalhadores vão fazer assembleia geral para definir situação.
Compartilhamentos

DA REDAÇÃO

Melhores condições de trabalho, reajuste salarial, plano de carreira, adicional de insalubridade e a criação de plantões extras estão entre as principais reivindicações dos agentes penitenciários do Instituo de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

A categoria reclama do reajuste de 2,8% anunciado pelo governo estadual para o funcionalismo público, e afirma que não descarta qualquer tipo de manifestação para cobrança de melhorias.

Nesta quinta-feira (12), os trabalhadores vão se reunir em assembleia geral para discutir a situação.

Trabalhadores reclamam de falta de condições no Iapen Foto: Arquivo Pessoal

“As condições de trabalho da categoria são péssimas, é uma das mais deterioradas do estado. Por esta razão, o grupo vem questionando há bastante tempo do governo uma mudança. A nossa categoria tem mostrado trabalho, contendo fugas e mantendo a segurança, porém, as condições de trabalho ainda são mínimas”, falou um agente, que pediu para não ser identificado.

O funcionário diz além do baixo reajuste salarial, a categoria reclama de falta de efetivo, apontando um déficit de 30% de trabalhadores. Ele também diz que muitos precisam lidar com várias ameaças de morte.

Agente diz que esgotos transbordam com as chuvas Foto: Arquivo Pessoal

“Há mais de três anos, os servidores penitenciários vêm reivindicando seus direitos, que estão sendo desrespeitados. Só queremos o que nos é devido”, pediu.

A categoria também reclama de obras atrasadas dentro e fora da penitenciária, entre elas, a Penitenciária de Segurança Máxima, que está parada há mais de 3 anos. Há reclamação também sobre a estrutura do cadeião, atualmente com mais de 3 mil presos, mas com capacidade para 1,5 mil.

“O sistema parece uma vitrine para quem vem visitar, mas, para quem compartilha o dia a dia dentro do sistema penal, ainda tem, infelizmente, muitas irregularidades”, disse.

Segundo ele, presos estão sendo submetidos a tratamentos sub-humanos, em celas super lotadas.

O servidor reiterou que quando denunciam essas irregularidades, os trabalhadores sofrem represálias e ameaças de que vão responder a processos administrativos. 

“Hoje, trabalhamos em um local totalmente insalubre. Nesse período de chuvas, o esgoto transborda e temos que andar no meio de água com fezes”, falou o agente.

Ele disse que há vários presos com tuberculose e micose, sem tratamento adequado.

“Na semana passada, foi encaminhado um preso para fazer o exame de escarro na enfermaria, e fomos surpreendidos com a informação de que não estão fazendo o exame por falta de material. O interno estava há uma semana com suspeita de tuberculose e escarrando sangue direto pelo nariz, levamos ao posto de saúde e só aplicavam injeção. Depois de muita correria, uma equipe de agentes levou o preso ao pronto socorro, e foi constatado que ele estava com tuberculose. Havia risco de contaminar a todos da cela dele, que tem quase 30 internos, e também os servidores penitenciários”, lamentou o agente.

A reportagem não conseguiu contato com a direção do Iapen.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!